Numa ronda feita por alguns dos bairros da capital, as kinguilas, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas na rua, transaccionam um dólar por entre 415 a 420 kwanzas.
Trata-se de uma cotação, do mercado informal, que se mantém inalterada desde meados de Fevereiro e contrasta com os 475 kwanzas do final de Janeiro, o mesmo acontecendo com a moeda europeia.
Na mesma ronda realizada, a Lusa encontrou o euro a ser transaccionado na rua, em bairros como Maculusso, Mutamba ou São Paulo, a entre 515 a 520 kwanzas, também inalterado há quase dois meses, contrastado com os 580 kwanzas do final de Janeiro.
A falta de kwanzas no mercado continua a ser a explicação apontada para a manutenção da cotação do dólar e do euro, resultando na prática, devido à retirada de moeda de circulação física, numa valorização da moeda nacional.
Na prática, e apesar de continuar escassa a quantidade de divisas nos bancos, o preço no mercado paralelo não dispara, como aconteceu em meses anteriores.
A retirada de dinheiro de circulação física tem sido uma medida adoptada pelo BNA para conter a escalada da cotação do euro e do dólar no mercado informal, alternativo, embora ilegal e a preços especulativos, para angolanos e expatriados que não conseguem comprar divisas aos balcões dos bancos, face à crise cambial.
Hoje, a taxa de câmbio média do euro ronda os 267,4 kwanzas, quando a 1 de Janeiro era de 185,40 kwanzas, o que representa uma depreciação de 30,7 por cento no espaço de três meses. Já o dólar norte-americano é cotado à taxa média de 218,5 kwanzas, quando no início de Janeiro valia 165,92 kwanzas, uma depreciação, neste caso, de 24 por cento.