Citado pelo diário online congolês, Denis Kambayi denunciou que o campo, com capacidade para 50 mil pessoas e a ser construído pelo Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), está sobreavaliado, defendendo que em Angola estarão pouco mais de 13.000 deslocados.
“A maioria dos que se refugiaram em Angola já reentrou na RDCongo. Antes havia cerca de 33.000 refugiados, mas 20.000 já regressaram voluntariamente ao país, através do eixo Kasai-Tshikapa. Qual é o objectivo do ACNUR para construir um campo com capacidade para 50.000”, questionou o governador.
Denis Kambayi falava aos jornalistas após regressar de Angola, onde assistiu à reabertura da fronteira entre a província da Lunda Norte com as do Kasai e do Kasai Central.
Em Março passado, o ACNUR denunciou em comunicado o “regresso forçado de refugiados congoleses em Angola”, para onde fugiram para escapar aos confrontos entre o exército congolês e as milícias Kamuina Nsapu, em 2017.
As declarações de Denis Kambaiy foram feitas no mesmo dia em que chegou a Kinshasa o alto-comissário Filippo Grandi, que, à chegada à capital da RDCongo, lembrou que se estima existirem 714 mil refugiados congoleses em países vizinhos, 55 por cento deles crianças.
Segundo o ACNUR, os números tornam a população de refugiados congoleses entre as dez maiores do mundo.