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Dois edifícios históricos de Luanda com título de Património Histórico-Cultural

Dois edifícios emblemáticos do centro de Luanda, construídos durante o período colonial português, receberam, oficialmente, este mês, a classificação do Governo como Património Histórico-Cultural de Angola.

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Conforme decreto executivo assinado pela ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, de 20 de Abril, o Governo classificou com aquele título o edifício sede da Imprensa Nacional, na Cidade Alta, centro de Luanda.

Construído em finais do século XIX, a classificação, lê-se no decreto a que a Lusa teve acesso, distingue o edifício, que ainda hoje mantém a traça colonial original, por ter "albergado uma das mais antigas empresas no ramo tipográfico em Angola".

Actualmente sede da Imprensa Nacional, empresa estatal que, entre outras funções publica o Diário da República de Angola, o edifício acolheu antes a tipografia do Governo colonial português.

O actual Governo sublinha que aquele espaço contribuiu para o surgimento da imprensa escrita oficial, da indústria gráfica e da própria literatura nacional, ao imprimir aquela que é considerada a primeira publicação de um livro de um autor angolano: "Espontaneidades da Minha Alma", de José da Silva Maya Ferreira, de 1849.

Já o histórico edifício da Liga Nacional Africana, igualmente em Luanda, foi classificado em 2017 como Património Histórico-Cultural, tendo o Governo descerrado a 20 de Abril último, a placa alusiva, no local.

Neste caso, trata-se de um edifício utilizado como sede da actual Liga Africana, uma organização centenária da sociedade civil angolana constituída em 1996 como sucessora da Liga Angolana e da Liga Nacional Africana, instituídas respectivamente em 1912 e 1930.

No decreto executivo de classificação assinado pela ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, são sublinhadas as características do edifício incorporadas na arquitectura moderna, da primeira metade do século XX, tendo sido de "especial relevância a sua função", como um dos "principais palcos das actividades enquadradas no esforço de libertação do país do jugo colonial".

A direcção da actual Liga Africana aprovou em 2016 a proposta de candidatura do edifício Património Histórico-Cultural, recordando que a instituição, nas funções que teve ao longo do período colonial, desempenhou "um importante papel na formação e acolhimento dos mais célebres nacionalistas e na promoção de ideais independentistas", até 1975.

O país conta com 265 monumentos e sítios classificados, e mais de duas mil áreas inventariadas, mas muitas estão em avançado estado de degradação, conforme admitiu anteriormente a ministra da Cultura.

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