A informação foi divulgada pelo ministro da Administração do Território (MAT), órgão executor do processo, na cerimónia oficial de encerramento do registo eleitoral.
O ministro Bornito de Sousa admitiu que nos últimos dias alguns partidos políticos escreveram ao MAT a sugerir a prorrogação do registo eleitoral, porque muitos cidadãos deixaram a inscrição para os últimos dias.
Segundo o ministro, alguns insinuaram que "não havendo prorrogação do prazo muitos cidadãos serão excluídos do processo e consequentemente das próximas eleições gerais".
"Não nos parece serem atendíveis tais pedidos", acrescentou o governante angolano, apontando algumas razões, entre as quais um possível adiamento do pleito eleitoral, que ainda não foi convocado pelo Presidente José Eduardo dos Santos, mas que deverá realizar-se em Agosto.
Para o titular da pasta da Administração do Território, o período de cerca de sete meses, iniciado a 25 de Agosto de 2016, com as brigadas a trabalharem ininterruptamente, "foi suficiente para que todos os cidadãos maiores de 18 anos pudessem promover a actualização do seu registo ou registar-se pela primeira vez".
"Prorrogar o registo eleitoral implicará necessariamente adiar as eleições gerais. Qualquer prorrogação nesta altura periga de modo grave a realização das eleições dentro dos prazos constitucionais", disse Bornito de Sousa. Sublinhou ainda que "sugerir a prorrogação do registo eleitoral neste momento é por outras palavras sugerir o adiamento das eleições".
"Não sei se é isso o que se pretende. Ora, não parece haver interesse nem conveniência política ou institucional de perturbar um processo que já assumiu regularidade temporal e normalidade constitucional em 2008 e 2012", disse.
Na recta final do processo, de uma média de 35.000 a 50.000 registos por dia, assistiu-se, nos últimos dias, a uma média de 90.000 registos diários e verdadeiras enchentes nos pontos de registo.
O processo visou a realização da prova de vida dos cidadãos registados de 2006 a Agosto de 2012, a actualização da residência de todos os cidadãos registados, a vinculação da residência de cada cidadão eleitor, entre um e três pontos de referência, e o registo dos cidadãos que foram completando 18 anos até Dezembro do corrente ano.
Participaram na organização do processo mais de 14.000 pessoas, permitindo o registo até quinta-feira de 9.260.403 cidadãos, dos quais se registaram pela primeira vez 2,6 milhões de indivíduos.