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Moody's vê melhorias na economia mas alerta para pressão das eleições

A agência de notação financeira Moody's reconhece melhorias na situação macroeconómica em Angola, mas alerta para a "pressão" do aumento das despesas públicas devido às eleições gerais deste ano.

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A informação consta de uma nota da agência, emitida na Sexta-feira, confirmando o rating da dívida pública de Angola com nota B1 e perspectiva de evolução negativa, em que alude ainda ao cenário político, com eleições previstas para Agosto.

"Há riscos de que as pressões sobre as despesas aumentarão no ano das eleições", escreve a agência de notação financeira.

Apesar de manter uma recomendação de não investimento sobre a dívida pública angolana - que o país emite para compensar a quebra nas receitas com as exportações petrolíferas -, a Moody's admite uma "melhoria da situação macroeconómica" do país, "apoiada pela recuperação dos preços do petróleo e pela ligeira subida da produção de petróleo".

Refere mesmo que a produção de petróleo e gás em Angola deverá aproximar-se dos 1,825 milhões de barris por dia este ano, contra os 1,748 milhões de barris diários em 2016, devido à entrada em exploração de vários projectos no offshore.

O petróleo, segundo os cálculos da Moody's, representou 53 por cento das receitas fiscais em 2016, longe dos 79 por cento de 2013, representando ainda 95 por cento das exportações do país.

Na mesma informação, a Moody's, que realizou a 4 de Abril reuniões de avaliação de rating com as autoridades angolanas, em Luanda, reconhece o "significativo ajuste fiscal alcançado pelas autoridades", nomeadamente com deficits orçamentais "contidos", o que "ajudou" a manter o rácio da dívida pública ao nível dos países classificados no mesmo nível (B1), cifrando-se nos 56 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

No entanto, e embora admitindo uma "redução progressiva das vulnerabilidades externas" de Angola, a Moody's também refere que o Governo "permanece susceptível" a riscos no pagamento da dívida pública e a novas desvalorização da moeda nacional.

"As pressões de gastos governamentais persistem devido ao ciclo eleitoral e alta inflação", refere ainda a Moody's.

A agência estima que Angola tenha fechado 2016 com um défice orçamental de 4,1 por cento do PIB, abaixo dos 5,9 por cento previstos pelo Governo na revisão do Orçamento do Estado, em Setembro último. Para 2017 prevê um défice semelhante, de quatro por cento do PIB, e admite que as receitas fiscais vão "provavelmente" ultrapassar o valor orçamentado pelo Governo, tendo em conta o preço do barril de crude estar acima do previsto nas contas desde ano (46 dólares).

Depois de um crescimento do PIB de apenas 0,1 por cento em 2016, a Moody's prevê um aumento de 2,6 por cento este ano e de 3,5 por cento em 2018.

"É provável que a economia não petrolífera também beneficie de um pequeno aumento nos gastos do Governo, incluindo a libertação de pagamentos em atraso e a melhora progressiva da liquidez em dólares", remata a agência.

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