Segundo os termos do acordo, que será válido por cinco anos e ao qual a Lusa teve acesso, os dois países, que integram a Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos, presidida por Angola, comprometem-se em "promover a troca de experiência e facilitar a mobilidade dos seus recursos humanos" nas áreas de cooperação definidas, que incluem ainda defesa, segurança e ordem pública, comércio, transportes, saúde, educação e formação profissional.
"As partes acordam em adoptar as medidas necessárias com vista a encorajar a parceria entre os operadores privados", refere ainda o texto do acordo, publicado a 28 de Março e rubricado pelos chefes da Diplomacia dos dois países, que reforça e actualiza o entendimento para colaboração anterior, para cooperação económica, comercial, técnico-científica e cultural, de 2010.
A RCA vive desde 2013 um cenário de guerra civil, opondo milícias cristãs e muçulmanas, o que obrigou à intervenção de forças internacionais para manutenção da paz, tendo caído em 2016 para o último lugar entre 188 países no Índice de Desenvolvimento Humano.
O país conta no entanto com um importante potencial de produção de, entre outros minerais, ouro e diamantes, parte da qual estará a ser utilizada para financiamento dos grupos rebeldes, segundo as autoridades nacionais.
Para potenciar o sector, o Governo angolano já se disponibilizou para apoiar a produção diamantífera da RCA e em 2014 chegou financiar com 10 milhões de dólares o funcionamento do Governo de transição no país, para minimizar a grave a crise humanitária vigente na altura.
Em Março de 2016, o Presidente da RCA, Faustin Touadéra, então recentemente eleito, deslocou-se a Luanda para agradecer o apoio angolano e abrir o país a novas oportunidades de negócio para Angola. "Sabemos que em Angola há empresas muito capacitadas, empresas com conhecimento realmente muito profundo, e que poderão ajudar as empresas da RCA a poder dinamizar a sua economia", destacou o chefe de Estado.
