"Não tivemos aulas, os professores disseram-nos que apenas teremos aulas na próxima Segunda-feira", explicou à Lusa Chila Garcia, aluna do Instituto Médio de Economia de Luanda, onde alguns professores comparecerem, mas nem sequer marcaram presença nas salas de aulas.
Salas vazias, professores ausentes e pátio repleto de alunos é por exemplo o cenário também na Escola do primeiro ciclo do Ensino Secundário 1158 - 1.º de Maio, em Luanda.
"Os professores estão em greve muitos apareceram e depois foram embora, eles dizem que não estão ser pagos e por isso que estamos assim sem aulas. Agora vamos para casa",explicou Sandra Alfredo.
O Sinprof diz aguardar desde 2013 por respostas do Ministério da Educação e das direcções provinciais de Educação ao caderno reivindicativo, nomeadamente sobre o aumento do salário, a promoção de categoria e a redução da carga horária, mas afirma "nem sequer 10 por cento das reclamações foram atendidas".
Esta greve estende-se até Sexta-feira e deve ainda decorrer de forma interpolada nos meses de Maio e Junho, caso as autoridades não respondam ao caderno reivindicativo, conforme disse anteriormente o secretário do Sinprof, em Luanda, Fernando Laureano.
Em algumas escolas de Luanda, como foi o caso do Instituto Médio Industrial de Luanda (IMIL) e na Escola do primeiro ciclo do Ensino Secundário "Njinga Mbande", alguns professores "pressionados pelos directores" até tentaram esta Quarta-feira leccionar no primeiro tempo, mas viram-se "forçados" a paralisar com as aulas, ante a presença do "piquete" do Sinprof.
"Já estive na sala de aulas para dar o primeiro tempo, mas quando fui informado que estaria aqui a representante do Sinprof então tive de parar e estamos aqui à espera. Aliás, segundo constatei, o Sinprof formalizou aqui a greve, mas a direcção não afixou o documento", disse um dos professores do IMIL
Em declarações à Lusa, a directora da escola "Njinga Mbande", Mariana Bessa, disse que as aulas decorriam na normalidade, contudo lamentou a ausência de alguns professores.
"O cenário é normal porque os professores vêm para a escola muito cedo, ainda estavam meios indecisos, mas quando cheguei expliquei e estão a dar aulas. A alguns professores que não vieram já fomos marcando faltas", sustentou.
Os alunos do Instituto Médio Comercial de Luanda, no centro da cidade se Luanda, também estão sem aulas, o mesmo acontecendo nas escolas do primeiro ciclo do Ensino Secundário 1125 e escola primária 1126, ambas do distrito urbano do Sambizanga, ou ainda nas escolas do primeiro ciclo do Ensino Secundário 3012 e escola primária 3066, no município do Cazenga, um dos mais populosos de Luanda.