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Gastronomia

“Sabores da Lusofonia”: chef Luís Simões quer mostrar cozinha "tão boa ou melhor" que outras

Depois de passar por São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor-Leste, o chefe de cozinha Luís Simões decidiu reunir em livro exemplos da gastronomia dos países lusófonos, que, acredita, é “tão boa ou melhor” que outras cozinhas conhecidas mundialmente.

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O livro “Sabores da Lusofonia”, agora lançado em Portugal, está dividido em capítulos dedicados a cada país da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste -, e apresenta, para cada um, uma entrada, um prato de peixe, um prato de carne, uma sobremesa e dois ingredientes típicos, além de um texto introdutório e de fotografias das paisagens.

O objectivo do livro é, disse Luís Simões à Lusa, o de dar a conhecer “a gastronomia da CPLP, mas de uma forma jovial, contemporânea”.

No seu livro, o chefe de cozinha apresenta as receitas tradicionais dos diferentes países e dá-lhes “uma nova imagem, uma nova roupagem” e acredita que esta é uma gastronomia com muito potencial.

“A gastronomia da lusofonia é tão boa ou melhor que outras cozinhas conhecidas mundialmente. Temos muita qualidade, somos muito ricos, agora é preciso dar a conhecer”, defende.

Luís Simões sugere que a cozinha lusófona seja promovida da mesma forma que a gastronomia portuguesa o tem sido nos últimos anos, com grandes ‘chefs’ a reinterpretar e a divulgar pratos típicos.

A CPLP é composta por nove países distribuídos por quatro continentes, e, por isso, as cozinhas que mais se distinguem das restantes são as de Timor-Leste e de Portugal, considera Luís Simões, que afirma que as gastronomias dos países africanos e do Brasil se assemelham mais, até pelos seus climas tropicais e pelo tipo de produtos disponíveis.

Quanto aos produtos utilizados nos diferentes países, o ‘chef’ diz que são, na sua maioria, comuns a todos os países e nota-se a influência da colonização portuguesa, que transportou alimentos de uns sítios para outros.

Neste trabalho, o “mais problemático” foi desvendar a gastronomia da Guiné Equatorial, país que integrou a CPLP em 2014 e que é “muito desconhecido” para os ‘chefs’, relatou.

Luís Simões esteve em São Tomé e Príncipe e na Guiné-Bissau, em trabalho e a fazer voluntariado, e encontra-se, desde há dois anos, em Timor-Leste, onde dirige a cozinha do recente hotel Novo Turismo, experiência que foi fundamental para a preparação desta obra.

“A minha chegada a Timor coincidiu com o início da presidência da CPLP por Timor-Leste e, por isso, o hotel tem recebido muitos Presidentes e governantes” dos países da organização, descreve o chefe de cozinha à Lusa, acrescentando que aproveitou para trocar impressões com os políticos dos diferentes países sobre as cozinhas locais.

As propostas gastronómicas destes países são tantas e tão ricas que Luís Simões garante que poderia “fazer já mais um ou dois livros”.

O livro, que será apresentado na sede da CPLP, em Lisboa, na próxima terça-feira, conta com um prefácio redigido pelo antigo Presidente timorense José Ramos-Horta e com um texto de enquadramento do secretário-executivo da organização, embaixador Murade Murargy. Também o especialista em gastronomia Virgílio Gomes aborda a questão dos produtos e dos ingredientes.

A obra é editada em português e em inglês, para que possa ser lida, segundo Luís Simões, “além da lusofonia”.

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