De acordo com o relatório semanal do banco central sobre a evolução dos mercados monetário e cambial, no período entre 4 e 8 de Abril o BNA vendeu mais 150 por cento de divisas face ao período anterior, transacções que há sete semanas são feitas exclusivamente com moeda europeia.
Do total de divisas, 78,5 milhões de euros destinaram-se à cobertura de operações de importação de bens alimentares, enquanto 52,6 milhões de euros foram vendidos em leilão de preço para garantir as "necessidades de importação das empresas prestadoras de serviços ao sector petrolífero".
Foram igualmente vendidos aos bancos comerciais 82,2 milhões de euros garantir a cobertura de operações de importação de matérias-primas "para o fomento do sector produtivo", indica o BNA.
Para a cobertura de operações de importação de medicamentos e material clínico foram disponibilizados 15,9 milhões de euros e para a "cobertura de operações diversas de importação relacionadas com os programas sectoriais do Executivo" cerca de 20,5 milhões de euros.
Para operações de natureza particular, relacionadas com ajuda familiar, viagens, saúde, educação e remessas de dinheiro, os bancos receberam 17,8 milhões de euros e para a cobertura de operações de cartões de crédito cerca de 8,9 milhões de euros.
Persiste no nosso país a forte redução da disponibilidade de moeda estrangeira, sendo o montante vendido aos bancos limitado às necessidades mais urgentes do sistema bancário e que obrigam a autorização do banco central.
A falta de divisas, em função da procura, continua a dificultar, por exemplo, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.
A política cambial angolana passou a ser definida pelo novo governador do BNA, Valter Filipe Duarte da Silva, empossado no cargo a 7 de Março pelo Presidente da República, funções ocupadas desde Janeiro de 2015 pelo antigo ministro das Finanças, José Pedro de Morais Júnior, exonerado a seu pedido.
