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Metade das famílias angolanas não bebe água tratada e um terço vive com lanternas

Mais de metade dos cerca de 5,5 milhões de agregados familiares angolanos, um dos maiores produtores africanos de petróleo, não têm acesso a água "apropriada" para beber e 31,6 por cento têm nas lanternas a forma de iluminação.

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As conclusões resultam da análise da Lusa aos números do censo angolano, realizado em 2014, mas cujos milhares de dados definitivos só foram divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano.

O levantamento entende por água "apropriada para beber" a proveniente de fontes como torneiras ligadas à rede pública, chafarizes públicos, furos com bomba ou nascentes protegidas, incluindo-se neste grupo 43,6 por cento dos agregados familiares.

A disparidade faz-se sentir entre o meio urbano e o rural, em que respectivamente 57,2 por cento (1,9 milhões de famílias) e 22,4 por cento (484 mil famílias) conseguem consumir água tida como segura. Ainda assim, a água da rede pública com torneira em casa apenas serve 17 por cento dos 5.544.834 de agregados familiares (num total de população superior a 25,7 milhões de habitantes).

Cabinda surge como a província angolana com o melhor nível de acesso a água segura (73 por cento das famílias), enquanto o Cunene, no sul, apresenta o pior registo: 23,3 por cento dos agregados familiares.

Angola enfrenta um forte défice de produção de electricidade, face às necessidades, o que leva a constantes constrangimentos no fornecimento, Angola encara ainda a inexistência de redes para abastecer as zonas mais rurais.

O censo refere que o acesso à rede de electricidade é apenas garantido a 1,7 milhões de casas (31,9 por cento), quase exclusivamente em zonas urbanas, já que na área rural apenas 48.173 agregados familiares são servidos.

O estudo identifica que praticamente ao nível da rede eléctrica nacional (essencialmente nos grandes centros), as lanternas são a segundo principal fonte de iluminação. Servem mais de 1,752 milhões de famílias (31,6 por cento) em Angola. Seguem-se em alternativa os candeeiros (14,3 por cento) e os geradores (9,3 por cento).

Já no saneamento básico - que o estudo considera como sendo a presença em casa de sanitas, pias ou com instalações ligadas a fossas sépticas e latrinas - chegará, segundo o primeiro censo realizado em Angola desde a independência, a 60 por cento das famílias, novamente com uma forte disparada entre urbano e rural: respectivamente 81,8 por cento (2,7 milhões de agregados) e 25,9 por cento (559 mil).

Contudo, apenas 1,22 por cento das famílias que moram no meio rural tinham uma sanita ligada à rede pública de esgotos, enquanto nas cidades esse registo sobe para 6 por cento.

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