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Microsoft Angola quer ajudar a desenvolver competências das PME

O sector das tecnologias de informação em Angola tem registado nos últimos 10 anos um crescimento anual de mais de 55 por cento, alcançando 14 milhões de consumidores. De acordo com César Pinheiro, director-geral da Microsoft Angola, isto representa uma grande oportunidade. “A juventude angolana é o nosso maior estímulo e à medida que o país se distancia da dependência do petróleo, a Microsoft encontra-se bem posicionada para lidar com a falta de recursos qualificados e o desenvolvimento de infra-estruturas, contribuindo assim para um aumento do potencial do país” afirma o responsável.

Ted S. Warren:

A Microsoft oferece ferramentas e serviços (Windows, Office, Azure) numa plataforma privada, que garante ser “segura e confiável”, a cloud, permitindo que os utilizadores optimizem a sua utilização da Internet. Desta forma, a Microsoft pretende estimular a inovação e empreendedorismo apoiando o desenvolvimento de ferramentas para a empregabilidade e competitividade, promovendo o acesso a dispositivos e banda larga. Esforços que, em conjunto, procuram acelerar o desenvolvimento económico e o aumento de conhecimento tecnológico.

O maior desafio que o director-geral da Microsoft identifica é a falta de recursos qualificados no país e as estruturas pouco desenvolvidas, especialmente no que diz respeito às comunicações. Para além disso, os custos operacionais de negócio são altos e a descida do preço do petróleo está a ter um forte impacto na economia nacional. Contudo, esta começa a diversificar-se e a distanciar-se da dependência do petróleo, criando mais oportunidades para as PME (Pequenas e Médias Empresas) crescerem com a ajuda das tecnologias. Para além disso, o facto de mais de 48 por cento da população estar abaixo dos 15 anos representa uma oportunidade para alavancar a presença das tecnologias, já que os jovens terão de desenvolver as suas competências nesta área.

A Microsoft entrou no mercado angolano focada nas empresas, mas tem vindo a alterar o seu foco para satisfazer o segmento de mercado das PME. “As PME são um segmento de mercado onde vamos poder assistir a um crescimento muito rápido nos próximos anos” explica César Pinheiro. "Apesar do desafio e das despesas estamos a assistir a cada vez mais associações de jovens empreendedores em Angola”.

É por esta razão que César Pinheiro acredita na iniciativa Microsoft’s4Afrika. Lançada em 2013 para dar uma resposta activa na competitividade económica de África, o projecto 4Afrika foca-se em três pilares chave: inovação, competências e acesso. O objectivo é habilitar os cidadãos a tornar as suas ideias realidade através do acesso aos dispositivos e serviços correctos, formação e orientação.

César Pinheiro acredita que Angola está bem posicionada para desenvolver competências no país através do MySkills4Afrika, um programa desenvolvido para o 4Afrika e que reúne os colaboradores da Microsoft de todo o mundo para partilharem as suas competências nos mercados emergentes. “O nosso lançamento foi marcado pela apresentação do MySkills4Afrika, onde tivemos a nossa primeira sessão de formação. Isto é apenas o começo do que esperamos que seja uma forma de possibilitar que inúmeros angolanos tenham acesso a tecnologia e formação, uma necessidade premente que temos para desenvolver o país”, explica César Pinheiro.

O director da Microsoft Angola está optimista em relação ao acesso e desenvolvimento de competências, que vai a combater o fosso existente, quando se fala na adopção de serviços mobile e cloud no país. Actualmente a penetração de telemóveis em Angola está nos 70 por cento, e o responsável acredita que as empresas de telecomunicações, em conjunto com a formação, podem ter um papel importante no aumento da taxa de penetração. Em simultâneo, e apesar de reconhecer que a absorção de serviços cloud em Angola tem sido lenta, salienta que tem vindo a crescer de forma rápida em relação ao ano passado e acredita que esta tendência continue nos próximos anos.

“Os serviços cloud estão disponíveis em Angola há pouco tempo, e este factor em conjunto com a falta de notoriedade, manutenção e infra-estruturas tem contribuído para uma implementação lenta”, afirma. “Tudo isto faz parte do trabalho que queremos desenvolver no país para assegurar que todas as pessoas conhecem, sabem utilizar e aderem ao cloud. Estamos a desenvolver uma base de serviços e infra-estruturas para que os nossos clientes e parceiros possam beneficiar a longo prazo”.

Para além do trabalho no sector privado, César Pinheiro refere que tem havido uma modificação nas mentalidades dos cidadãos angolanos em relação às tecnologias de informação e um grande desenvolvimento no sector público. De realçar o Portal do Governo que oferece serviços digitais para os ministérios e institutos públicos, bem como serviços para a população em geral, que permitem uma melhor integração entre as partes intervenientes.

 “Temos inúmeros projectos com o Governo, tais como o Centro Nacional de Dados e é muito bom poder dar o nosso contributo para uma boa relação entre ambas as partes. Contudo, para ter um impacto maior, necessitamos de pôr em prática com maior rapidez os nossos planos para melhorar os serviços dos cidadãos e a relação entre estes”, assegura César Pinheiro.

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