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Casas de câmbio querem comprar divisas directamente ao BNA

As casas de câmbio angolanas reivindicaram a possibilidade de comprarem divisas directamente ao Banco Nacional de Angola (BNA), alegando que a actividade está parada há seis meses, situação decorrente da crise na cotação internacional do petróleo.

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Esta solução foi admitida pelos representantes das casas de câmbio, reunidos esta sexta-feira em Luanda para analisar a situação no sector e que se queixam da impossibilidade de compra de divisas, sobretudo dólares norte-americanos, aos bancos comerciais. "Estamos parados há mais de seis meses. Não há compra de divisas nos bancos comerciais e chegamos ao ponto limite de não conseguir pagar as nossas contas, como salários, rendas, os custos fixos", disse Andrade Oliveira, representante destas casas de câmbio.

Em causa está a crise provocada pela quebra na cotação do petróleo, que por sua vez fez diminuir a entrada de divisas no país, com os bancos comerciais a restringirem fortemente o acesso de clientes (incluindo as casas de câmbio) a dólares. Com a compra de dólares aos bancos - que por sua vez adquirem moeda estrangeira ao BNA - inacessível, restaria às casas de câmbio o acesso às divisas vendidas pelos clientes. Contudo, estes procuram sobretudo a compra, dada a escassez que permanece no mercado formal.

As casas de câmbio defendem como alternativa o acesso directo a divisas através do BNA, solução que dizem representar uma "vantagem" por "travar" a escalada da cotação no mercado informal, de rua, que já provocou uma valorização do dólar face ao kwanza, a moeda nacional angolana, de 10 por cento nos últimos seis meses. "Há casas de câmbio a fechar, por isso é que estamos preocupados. É complicado não termos sequer 500 dólares para vender a um cliente", referiu Andrade Oliveira, garantindo que as propostas decorrentes deste encontro nacional do setor serão enviadas ao banco central.

Estas empresas, devidamente regulamentadas e supervisionadas pelo BNA, queixam-se ainda da "concorrência desleal" da venda de dólares na rua, onde ainda é possível comprar dólares, neste caso a preços especulativos muito mais altos face à taxa oficial. "Está uma senhora aqui à porta, a vender, sem qualquer obrigação legal, enquanto nós somos fiscalizados, temos de pagar os nossos impostos e salários", lamentam as casas de câmbio, pedindo a intervenção do órgão regulador.

 

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