A criação deste gabinete foi concretizada através de um despacho presidencial de 13 de Abril, no qual José Eduardo dos Santos determina que o órgão seja liderado pelo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, tendo como missão propor projectos que "viabilizem" a circulação rodoviária de acesso ao aeroporto, a 30 quilómetros do centro de Luanda, que deverá começar a operar em 2017.
No mesmo despacho, ao qual a Lusa teve hoje acesso, refere-se que no âmbito dos trabalhos em curso para a sua construção, a cargo de uma empresa chinesa, "devem ser acautelados e devidamente implementados projectos de infra-estruturas que visam criar soluções imediatas para o escoamento do trânsito rodoviário de acesso" ao aeroporto e "enquanto não forem concluídas as acções de médio e longo prazo".
A constituição oficial deste gabinete para a coordenação e acompanhamento dos projectos de Infra-estruturas de acesso acontece pouco mais de um mês depois de o Presidente angolano ter visitado as obras de construção do aeroporto, que contará com uma ligação ferroviária própria de acesso, desde Luanda.
A construção do aeroporto, no município de Ícolo e Bengo, está a cargo da empresa China International Fund Limited - CIF, por 3,8 mil milhões de dólares.
Duas das pistas já estão praticamente concluídas, assim como a torre de controlo do aeroporto, estando a decorrer a construção dos terminais, que segundo o Governo angolano deverão receber 15 milhões de passageiros por ano.
Além de um novo acesso rodoviário, o aeroporto contará com uma ligação ferroviária directa - pela empresa de Caminhos de Ferro de Luanda - e seis estações, a última das quais já no terminal aéreo.
"Os acessos estão sincronizados com o andamento das obras do aeroporto. Tudo indica que em 2017 o aeroporto possa funcionar", disse aos jornalistas, a 04 de Março, durante a visita de constatação do chefe de Estado, o ministro dos Transportes, Augusto Tomás, que agora lidera o gabinete de acompanhamento.
A construção do novo aeroporto internacional de Luanda arrancou em 2004 e a sua conclusão está projectada para Março de 2017, ano em que se realizam em Angola as terceiras eleições gerais em período de paz.
O projecto é financiado por fundos chineses englobados na linha de crédito aberta por Pequim para permitir a reconstrução de Angola, depois de terminado um período de três décadas de guerra civil.
Considerado pela empresa construtura como um dos maiores de África, a obra contempla um terminal com 160 mil metros quadrados e outro de mercadorias, de 6,2 mil metros quadrados, que permitirá escoar 35 mil toneladas por ano.
O novo aeroporto internacional está implantado numa área de 1.324 hectares e terá duas pistas duplas com capacidade de aterragem do maior avião comercial do mundo, o Airbus A380.
A pista norte do aeroporto terá 4.200 metros de comprimento, enquanto a Sul, 3.800 metros de comprimento, cada uma delas com 60 metros de largura.