Segundo um comunicado do CFL o cancelamento visa evitar que os comboios sejam um foco de transmissão da doença e afecta os serviços de transporte de carga e passageiros com destino ou origem nas estações do Zenza do Itombe, Ndalawi (Beira Alta), Múria e Lwinha.
A medida vai prolongar-se "até que as condições sanitárias permitam a reposição dos serviços, sem risco de contágio da doença para os passageiros e para o pessoal ferroviário nas estações ou nos comboios".
As mortes por cólera atingiram este fim-de-semana um pico, com 24 óbitos em 24 horas, dos quais 17 no Cuanza Norte, com epicentro no município de Cazengo.
Desde o início do surto, declarado a 7 de Janeiro, Angola acumula 7410 casos de cólera, espalhados por 14 províncias, e um total de 282 mortes.
O CFL acrescenta que está a colaborar com as autoridades competentes, "contribuindo para a realização de acções de combate e prevenção da doença junto das comunidades afectadas e em todos os recintos ferroviários de sua jurisdição".
A cólera é uma doença infecciosa associada à insalubridade, más condições de saneamento e falta de qualidade da água.
O grupo etário mais afectado é o das crianças dos 2 aos 5 anos, seguido do grupo etário dos 10 aos 14 anos.
As medidas de prevenção incluem a vacinação, o consumo de água tratada, a lavagem frequente das mãos e a higienização dos alimentos.
O Governo promoveu em Fevereiro uma campanha de vacinação para proteger cerca de um milhão de pessoas e anunciou na Quinta-feira que recebeu mais duas mil doses de vacinas doadas pelo Africa CDC.
A cólera provoca sintomas como diarreia intensa, vómitos, dor abdominal, cãibras e desidratação rápida e pode ser fatal se não for tratada atempadamente.