"Estamos numa fase de criação de apoio mútuo, no sentido de um maior conhecimento para cooperação. Temos estado a identificar os aspectos prioritários que podem constituir essas pontes para a construção de um plano de trabalho", afirmou o ministro da Cultura, Filipe Zau, que visita o arquipélago desde Domingo até Quarta-feira.
O ministro manifestou o interesse em aprender com a experiência cabo-verdiana na promoção de espectáculos e artesanato além de reforçar a cooperação no cinema e noutras expressões artísticas.
"Queremos colher essa experiência. Em Angola, estamos a desenvolver os nossos equipamentos culturais e musicais, algo que não conseguimos fazer antes devido aos conflitos armados", explicou Zau.
A preservação do património histórico foi outro tema abordado, com destaque para o Campo do Tarrafal, onde estiveram presos políticos de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Portugal.
"Devemos valorizar e promover este espaço, fortalecendo a diplomacia cultural e a formação", referiu.
O ministro da Cultura de Cabo Verde, Augusto Veiga, considerou que a visita marca uma nova fase nas relações culturais entre os dois países.
"Identificámos áreas para uma cooperação prática, retirando do papel os acordos já existentes e avançando para novas parcerias", disse.
Entre os projectos debatidos está a participação de Angola na grande feira do livro e no festival literário Morabeza, assim como a presença de profissionais cabo-verdianos em Angola para formação e intercâmbios.
De manhã, além de reunir com o homólogo cabo-verdiano, Filipe Zau manteve um encontro com o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva.
À tarde, visitará o sítio histórico da Cidade Velha, museus e outras instituições sob tutela do Ministério da Cultura.
O programa, até Sexta-feira, inclui outras visitas, como ao antigo Campo de Concentração do Tarrafal e ainda um encontro com o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves.