Tudo aconteceu no início do mês passado, quando as intensas chuvas estragaram a passagem hidráulica entre Chanja e Olivença. Estes danos obrigaram à paralisação dos comboios e à concretização de trabalhos de requalificação que, segundo Carlos Roll, director comercial da empresa, tiveram duração de um mês.
O responsável, falando à Angop, referiu que as obras tiveram um custo de 100 milhões de kwanzas para a empresa e que com a reposição da circulação do comboio de passageiros e de mercadorias vão "correr" para suprir as perdas.
Em termos de frequências, segundo Carlos Roll, diariamente existe um comboio a ligar Lubango (Huíla) a Menongue (Cuando Cubango) e uma outra locomotiva a deslocar-se até à Jamba, estendendo-se do Dongo a Tchamutete.
Citado pela Angop, o responsável salientou ainda que esta retoma dá oportunidade aos agricultores ao longo da linha de fazerem o transporte dos seus produtores, visto que o período de colheita está a chegar.
Além disso, os passageiros apontam vantagens com a retoma da circulação dos comboios. Segundo Alexandre de Carvalho, citado pela Rádio Nacional de Angola (RNA), quando não haviam comboios, os passageiros tinham de recorrer a táxis, cujos preços eram elevados, visto que no comboio gastava até 3000 kwanzas e nos carros o valor era de cerca de 7000 kwanzas.
"A situação era meia complicada. Usar o comboio como transporte tem-nos facilitado bastante, primeiro é o preço (...) e depois é o conforto e a segurança", disse, acrescentando que quando não havia comboios se deslocavam de carro até à paragem e depois apanhavam "o táxi, que estava um pouquinho elevado, alteraram já o preço mediante a paragem do comboio".