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Trabalhadores avançam para greve geral no dia 20 de Março

As três centrais sindicais angolanas aprovaram, no Sábado, por unanimidade uma greve geral interpolada com início a 20 de Março, anunciou o porta-voz dos sindicatos.

: Lusa
Lusa  

Em declarações à Lusa, Adriano Manuel sublinhou que os trabalhadores concluíram que o governo não respondeu de forma satisfatória às suas inquietações e decidiram em assembleia geral avançar para uma paralisação total.

A assembleia, que decorreu no Sábado em Luanda, foi o culminar de uma série de plenários convocados pela Força Sindical, UNTA-Confederação Sindical e a Central Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola-CGSSILA, em todas as províncias do país, para auscultar os trabalhadores a propósito da resposta do governo ao seu caderno reivindicativo.

Em causa estão reivindicações a nível do aumento do salário mínimo dos actuais 32.181,15 para 245 mil, subida dos salários da função pública em 250 por cento, actualização de subsídios e desagravamento dos impostos.

"O governo diz que não tem dinheiro para pagar, mas não apresenta nenhum projecto devidamente estruturado para saber quando vamos recuperar o poder de compra, não apresentou razões plausíveis para continuarmos a ser sacrificados e a usufruir este salário de miséria", destacou o sindicalista

Acrescentou ainda que o aumento de 5 por cento atribuído à função pública, equivale a um acréscimo de 1600 kwanzas para um trabalhador que ganhe o salário mínimo e sublinhou que actualmente um saco de arroz custa 25.000 kwanzas.

Adriano Manuel salientou que têm crescido os problemas de má nutrição e tuberculose, e apontou um aumento generalizado da pobreza no país devido aos baixos rendimentos.

A greve vai decorrer em três fases, com um primeiro período de três dias entre 20 e 22 de Março, um segundo entre 22 e 30 de Abril e um terceiro de 3 a 14 de Junho de 2024.

Para "evitar aproveitamentos e situações de conflitos", os sindicatos apelam aos trabalhadores para que fiquem em casa para que o país "pare por três dias".

"Queremos uma greve pacífica, as pessoas devem ficar em casa. Conhecemos o nosso país e como determinadas instituições funcionam com o objectivo de desacreditar movimento sindical", justificou, adiantando que os sindicatos mantêm as vias negociais abertas.

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