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Ex-presidente brasileiro José Sarney homenageado pelo papel na criação da CPLP

O antigo presidente brasileiro José Sarney (1985-1990) foi homenageado pelo papel que teve na criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, disse à Lusa o chefe da diplomacia de Portugal no Brasil.

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“A CPLP deve muito a José Sarney”, afirmou à Lusa Luís Faro Ramos, na embaixada de Portugal em Brasília, à margem do evento Conexão Brasília Museu Aberto 2024 e no qual marcaram ainda presença os embaixadores de Angola e Guiné-Bissau no Brasil.

“José Sarney está na origem da criação da CPLP com aquela reunião de chefes de Estado dos países da CPLP”, recordou o diplomata.

Em 1989, Sarney recebeu, em São Luís, capital do estado do Maranhão, os chefes de Estado de Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, assim como a representação de Angola, naquela que viria a ser a primeira pedra para a fundação da CPLP.

 A criação da comunidade foi oficializada em 1996, em Lisboa.

“Iniciámos um processo de cooperação multilateral, ampliando os laços dos tradicionais acordos bilaterais, que não expressavam a dimensão do que a língua portuguesa representa como fator de cultura e de desenvolvimento”, recordava, em 2005, José Sarney, em declarações à Agência Senado do Brasil.

O antigo presidente, de 93 anos, não pode marcar presença física na embaixada de Portugal em Brasília, por um “impedimento de saúde”, como explicou numa carta enviada e lida pelo embaixador português durante a cerimónia.

Quanto à ambição da língua portuguesa em vir a tornar-se uma língua oficial da ONU, Luís Faro Ramos sublinhou no seu discurso de homenagem que “foi ele [Sarney] no momento criador que tornou este sonho possível”.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, garantiu que iria dar instruções ao ministro das Relações Exteriores para "ir atrás desse assunto em Nova Iorque”, sede das Nações Unidas, disse à Lusa o embaixador de Portugal no Brasil, no início do ano.

O tema foi novamente abordado durante as reunião dos chefes da diplomacia do G20, presidido pelo Brasil, e que convidou Portugal, Angola e a própria CPLP para participarem nas reuniões ao longo de todo o ano de 2024.

Durante as reuniões, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira disse, de acordo com o embaixador português, “que era uma prioridade da política externa brasileira” encetar esforços para entender o que seria necessário para que o português se torne língua oficial da ONU, “num dia não muito distante”.

Uma ambição que foi também partilhada em declarações à Lusa, no Rio de Janeiro, local onde os chefes das 20 maiores economias do mundo se reuniram, pelo secretário executivo da CPLP.

Questionado sobre se a presidência brasileira poderia ajudar a que a língua portuguesa se torne oficial nas Nações Unidas, Zacarias da Costa recordou que "o português é actualmente língua oficial ou de trabalho em mais de 30 organizações internacionais".

"No caso das Nações Unidas para que tal aconteça, além de uma ação diplomática concertada, será também necessário um investimento financeiro conjunto", disse.

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