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Alves da Rocha defende ajustamento anual de salários em função do crescimento e produtividade

O economista Alves da Rocha considerou que o governo deve encarar “com preocupação” a greve geral em curso no país e defendeu ajustamentos anuais nos salários de acordo com o crescimento económico e a produtividade.

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“Uma greve só existe em condições extremas e portanto a preocupação do governo deve ser a maneira como pode haver uma aproximação de posições”, sugeriu o também director do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (Ucan) que apresentou esta Quinta-feira o seu livro “Compreender a Angola do amanhã… hoje”.

O investigador defendeu que as economias têm de ter mecanismos para que, anualmente, tendo em conta o crescimento económico e a produtividade, sejam feitos ajustamentos salariais.

Mas, acrescentou, também os sindicatos têm de ter capacidade de “abordar a componente económica do crescimento económico e da distribuição dos rendimentos”, incentivando as centrais sindicais a criarem os seus próprios gabinetes de estudos para melhor explicarem aos seus associados os limites da economia e das reivindicações.

Alves da Rocha referiu, contudo, que enquanto não se controlar a tendência da inflação vai ser difícil ajustar os salários e, em particular, o salário mínimo, exortando ao processo negocial.

Além disso, deve ser estudada a correlação entre o aumento de salários e a inflação, sustentou.

Sobre o livro que apresentou, Alves da Rocha, afirmou que pretende abordar outros aspetos do insucesso da política económica em Angola, que têm a ver com fatores imateriais destacando entre estes a cultura e a ideologia.

“Estamos a correr sérios riscos de ter a pobreza como um fator cultural e se isso acontecer não estão criadas condições para dar um pontapé na pobreza que aflige muitos milhões de cidadãos”, indicou o académico.

Os trabalhadores nacionais cumprem esta Sexta-feira o segundo dia de uma greve geral convocada pelas três centrais sindicais, que não chegaram a acordo com o Governo sobre os aumentos do salário mínimo e dos salários da função pública.

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