Precioso Domingos intervinha, esta Terça-feira, num debate sobre a diversificação económica, promovido pela Universidade Católica de Angola (UCAN), onde participou também a vice-directora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Antoinette Sayeh.
"O nosso sistema financeiro é infantil ainda, quer no rácio de depósitos quer no tipo de banca e seu funcionamento, vivem de avisos do banco central, são uma espécie de sucursais do banco central [BNA]", criticou o economista e consultor.
"A banca não é madura tem problemas básicos, [porque] é gerida pelo banco central", acrescentou.
Precioso Domingos estabeleceu também uma relação entre a diversificação económica, bandeira do executivo para ultrapassar a forte dependência do sector petrolífero, e o respeito pelos direitos de propriedade.
"Quem põe dinheiro nestes bancos não é respeitado na base dos direitos de propriedade (...), um sector financeiro que se comporta assim viola os direitos do cliente e gera efeitos de força centrífuga porque expulsa os capitais para o estrangeiro", salientou, dando como exemplo os avisos do BNA sobre movimentação de divisas ou de kwanzas nas contas bancárias.
O economista salientou que "as pessoas levam os seus capitais para outras paragens onde os seus patrimónios estão seguros" e existem regras de respeito pelos direitos de propriedade.
"E neste contexto não vejo a economia angolana a diversificar-se", salientou, notando que são "os investimentos privados que vão permitir diversificar a economia".
No debate desta Terça-feira, a responsável do FMI destacou os esforços das autoridades angolanas no caminho da estabilidade macroeconómica, mas disse também que a diversificação "não acontece de um dia para o outro", enquanto o economista Alves da Rocha defendeu que, além da visão económica, é preciso integrar aspectos antropológicos e sociológicos nesta análise.