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Nova emissão de 'eurobonds' por Angola depende do mercado

A ministra das Finanças, Vera Daves, disse que a emissão de novos títulos de dívida em moeda estrangeira, ou ‘eurobons’, dependerá do apetite do mercado para o risco e a visão do país, que melhorou.

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"Estamos abertos a participar, dependendo das condições do mercado. Naturalmente não queremos participar a um preço que nos coloca numa situação pior do que a que estamos. Então, o que estamos a fazer é analisar o mercado, analisar o apetite do mercado para o risco Angola", afirmou Vera Daves numa entrevista exclusiva à Lusa.

"Se entendemos que a taxa de juros é incomportável, não vamos. Se sentimos que é uma taxa confortável, vamos", referiu a ministra, na entrevista à margem das reuniões de ministros de Finanças e governadores de bancos centrais do G20, na cidade brasileira de São Paulo.

A emissão de 'eurobonds' depende de como a dívida do país vai comportar-se, detalhou, referindo que o Governo angolano considera que a visão do mercado sobre o país "está melhor do que já esteve, mas ainda não está no nível que gostaria que estivesse. Então, vamos continuar a observar e a gerir com outras fontes de financiamento enquanto não for possível recorrer a essa".

Vera Daves lembrou que Angola já voltou ao mercado depois da pandemia, com uma emissão em 2022.

"Usamos parte dela [emissão de 'eurobonds'] para fazer uma operação de 'swap'. Recomprámos dívida que ia vencer em 2025 para ganhar mais tempo. E conseguir gerir melhor o 'stress' e a pressão do serviço da dívida", pontuou.

Desde Janeiro, a Costa do Marfim, o Benim e o Quénia já emitiram dívida, sempre com juros abaixo de 10 por cento.

A directora dos mercados emergentes da consultora Oxford Economics considerou, numa análise sobre os países africanos que poderão voltar aos mercados, que Angola dificilmente fará este movimento em 2024, esperando por 2025.

"O regresso aos mercados parece mais provável em 2025, depois de a falta de moeda externa ser ultrapassada, e Angola convence os mercados que vai cumprir os pagamentos de dívida externa em moeda estrangeira no próximo ano", escreve Evghenia Sleptsova.

"Angola, apesar da sua conta corrente positiva e das reservas maiores que os seus pares, enfrenta escassez de liquidez, em parte devido aos renovados pagamentos de dívida à China; a falta de divisas externas que levou à desvalorização de 35 por cento do kwanza em Junho foi seguida de um açambarcamento por parte do Tesouro para honrar os pagamentos externos", concluiu a analista.

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