Em entrevista exclusiva ao Expansão, o empresário esclareceu que não está ligado à Africell, "uma empresa de capital aberto", mas confirma uma "amizade" com o "dono", justificando assim a sua presença no evento de apresentação da empresa de telecomunicações ao mercado angolano.
Valdomiro Dondo, que nas últimas três décadas terá investido mais de 500 milhões de dólares em Angola, rejeita ainda ter sido um dos financiadores da Africell para a sua entrada no país. No entanto, deixa em aberto a sua participação na empresa: "Não participei em nada, agora, posso afirmar que um dia, se a Africell abrir essa possibilidade, pretendo investir nessa empresa ou noutra do mesmo sector", reiteirou.
O empresário considerou ainda, na mesma entrevista ao Expansão, que o acesso à tecnologia será fundamental para o sucesso do país, afirmando que este é "o sector do futuro". "Quero investir na Africell ou em qualquer outra empresa de telecomunicações", reforçou, afirmando que já não pensa em telefonia móvel porque já não é um "bom negócio", tendo em conta que praticamente já não se usa voz. "O que é apetecível nas telecomunicações é o conjunto, a fibra óptica e a infra-estrutura. Em Angola vamos precisar de muita infra-estrutura", destaca.
Sobre o facto de nunca ter apostado nesta área de negócio, esclarece que são investimentos de centenas de milhões de dólares e que existe uma lei de compartilhamento de infra-estruturas que não funciona. "No dia em que a lei for cumprida, vamos ter uma correria de investidores de fora, grandes investidores. Hoje a Africell está a criar a sua própria infra-estrutura, a Movicel já tem a sua, a Unitel também, mas isso não se justifica e no mundo inteiro não é assim que funciona", afirma.
Em relação à Gemcorp, Valdomiro afirmou ser financiadora de alguns projectos seus, considerando terem "um bom relacionamento", dizendo que está a "sensibilizá-los a investir mais no país".
Valdomiro Dondo, que disse anteriormente já ter investido 500 milhões de dólares no país, chegou a Angola há 35 anos vindo de São Paulo, no Brasil. É proprietário da transportadora Macon, que tem a maior frota de autocarros no país e expandiu recentemente as suas operações para as vizinhas Namíbia e República Democrática do Congo.
