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Presidente pede “acção concertada” e “soluções” locais para conflitos em África

O Presidente João Lourenço, mostrou-se esta Segunda-feira, na Praia, preocupado com a situação de segurança em África nos últimos tempos e pediu uma “acção concertada” dos Estados africanos para a procura e implementação de “soluções” locais.

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"O continente não se deve iludir contando que as soluções virão da Europa, da Ásia ou da América, as soluções devem ser encontradas e implementadas por nós, os filhos de África", defendeu Lourenço, numa intervenção numa sessão especial na Assembleia Nacional de Cabo Verde, enquadrada no programa da visita que está a efectuar ao arquipélago.

O chefe de Estado disse estar preocupado com a situação de segurança em África ultimamente, com o alastrar de acções de terrorismo nos países da região do Sahel, desde a Líbia, no Corno de África, na República Democrática do Congo e, mais recentemente, em Moçambique.

"A remoção do poder pela força das armas, de Governos legitimados nas urnas e eleições democráticas, muitas vezes estimuladas e financiadas por interesses difusos, devem merecer também uma acção concertada dos Estados africanos a nível regional e continental", sugeriu.

O Presidente enumerou iniciativas tomadas para inverter a tendência, nomeadamente uma iniciativa de Angola de promover uma cimeira sobre o terrorismo e as mudanças inconstitucionais em África, que terá lugar na Guiné Equatorial, a 28 e 29 de Maio próximo.

Relativamente às relações com Cabo Verde, João Lourenço reafirmou a vontade de estabelecer uma "verdadeira parceria estratégica", com cooperação em domínios como a administração pública, educação, agricultura, transportes, turismo, serviços e a nível parlamentar.

"Os nossos dois países dispõem de recursos e de um enorme potencial humano para que se explore muito mais as áreas de cooperação em que somos mais fortes", traçou, prevendo uma aproximação entre os dois países com a iminente reabertura da rota aérea Luanda-Praia-Luanda.

O presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Austelino Correia, realçou as relações históricas entre os dois países, notando que têm dado "resultados palpáveis", mas manifestou igualmente o interesse de a elevar a um nível estratégico.

O chefe da casa parlamentar cabo-verdiana alertou para o "ambiente complexo, caótico contraditório" que o mundo vive atualmente e disse que é necessário pensar em alternativas para fazer face às necessidades energéticas e de segurança alimentar.

Neste sentido, notou a importância do continente africano, onde disse que alguns países podem tornar-se grandes 'players' à escala mundial, entre os quais Angola.

"É nossa firme expectativa que Angola venha a destacar-se nessa nova conjuntura, desde logo no sector dos combustíveis, de que já é uma importante produtora e fornecedora, e no domínio da agricultura, podendo e devendo, pelas condições naturais de que dispõe, tornar-se numa grande plataforma de produção e fornecimento de alimentos, com particular incremento no contexto da CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa], especialmente nos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa]", sugeriu Austelino Correia.

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