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Reformas levadas a cabo pelo Governo começam a dar primeiros frutos na economia real

As reformas políticas e económicas iniciadas pelo Governo em finais de 2017 já conseguiram atingir a estabilidade macroeconómica bem como já começaram a “dar os frutos do ponto de vista da economia real”. A garantia é de Manuel Nunes Júnior, ministro de Estado para a Coordenação Económica.

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Numa entrevista publicada esta Quarta-feira no Jornal de Angola, o governante recordou que desde 2016 que o país "vive uma recessão económica", constituindo-se numa "situação difícil e complexa económica e socialmente, e que tem a ver com o peso do sector petrolífero na estrutura económica do país".

Contudo, adiantou que as "reformas políticas e económicas levadas a cabo pelo Executivo desde finais de 2017, quando entrou em funções, para além de terem conseguido alcançar a estabilidade macroeconómica, começam a dar os primeiros frutos do ponto de vista da economia real, isto é, do sector encarregue da produção de bens e serviços".

Além disso, também observou que as reformas iniciadas pelo Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM) "permitiram a eliminação dos principais desequilíbrios estruturais e conjunturais" da economia nacional, "levando à retoma dos superavits fiscais e ao equilíbrio do mercado cambial, conferindo ao país maior robustez e resiliência aos choques externos".

Manuel Nunes Júnior também destacou que o Governo teve o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI), no âmbito do Programa de Financiamento Alargado.

Durante a entrevista, o ministro indicou que mesmo "em contexto de pandemia, de constrangimentos na provisão de factores de produção e de condições climatéricas menos favoráveis", os sectores da agricultura, pescas, comércio e indústria "têm mantido taxas de crescimento positivas".

Mencionou ainda que os sectores dos transportes e logística, turismo e hotelaria, os mais afectados pela pandemia, também "já evidenciam um ritmo de recuperação acima da tendência regional, demonstrando que a economia nacional está cada vez mais resiliente".

O ministro de Estado para a Coordenação Económica, na entrevista ao Jornal de Angola, admitiu que as medidas de mitigação dos impactos socioeconómicos da pandemia ajudaram a tornar a economia mais resiliente: "Em Abril de 2020, com a entrada em vigor do Estado de Emergência, foram adoptadas, imediatamente, medidas de mitigação dos impactos socioeconómicos da pandemia, de natureza fiscal, monetária e de apoio ao sector produtivo e ao empresariado, que foram fundamentais para tornar a nossa economia mais resiliente".

Manuel Nunes Júnior enfatizou que "do ponto de vista fiscal" o país "conseguiu equilibrar as contas", acrescentando que Angola "apresentou défices orçamentais sucessivos de 2014 a 2017, passando a ter saldos orçamentais positivos de 2018 a 2021", à excepção de 2020, por causa da covid-19.

"Entre 2014 e 2016, a diferença entre a taxa de câmbio oficial e a do mercado informal era enorme: atingiu 150 por cento em finais de 2017. Este diferencial diminuiu significativamente, estando hoje abaixo dos 12 por cento, com uma tendência decrescente", informou.

O governante apontou que foram eliminadas "as distorções que afectavam o mercado cambial, já que o acesso dos agentes económicos a divisas agora é feito sem qualquer restrição administrativa".

Acrescentou ainda que foi diminuída a "sobrevalorização artificial do kwanza face à cesta de moedas dos nossos parceiros económicos", explicando que o "hiato da taxa de câmbio real efectiva passou de -71,6 por cento, em 2017, para -2,15 por cento, em Setembro de 2021", tratando-se de um avanço significativo, "que tornou mais verdadeiro o poder de compra" da moeda nacional relativamente às principais moedas estrangeiras.

Sobre prognósticos para este ano, Manuel Nunes Júnior mencionou o crescimento, na ordem dos 2,4 por cento, da economia: "As nossas previsões apontam para 2,4 por cento, graças a um crescimento tanto do sector do petróleo e gás, quanto do não petrolífero, em 1,3 por cento e 3,1 por cento, respectivamente".

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