"Não temos circulação comunitária dessas variantes em Angola, temos sim a detecção destes casos que a ministra informou, apenas estão contidos, por isso há que se continuar a testagem para todas as pessoas que cheguem do exterior via portos ou aeroportos", afirmou a médica Maria das Dores Mateta, em declarações à Lusa.
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, disse na Segunda-feira, em conferência de imprensa, que foram registados sete casos da variante sul-africana, seis da variante inglesa, estando ainda quatro casos em averiguação.
Para a médica, as novas estirpes do vírus SARS-CoV-2 constituem actualmente uma preocupação mundial, por afectar sobretudo jovens, contrariamente às primeiras variantes, em consequência da sua "grande capacidade de mutação".
"Porque a cada vez que ele se replica vai fazendo novas variantes e, essas variantes novas, tiveram prejuízos para os mais jovens e têm uma grande facilidade de se transmitir de pessoa a pessoa", apontou.
Maria das Dores Mateta, que não confirmou o propalado alto nível de letalidade das variantes sul-africanas e inglesa em comparação com a primeira variante, acrescentou que a "única diferença e a grande preocupação é o poder de transmissão que é maior na camada mais jovem".
As acções e esforços das autoridades sanitárias, "com medidas rápidas para estabilizar e controlar" os números da covid-19 no país, foram igualmente enaltecidos pela profissional, considerando que as autoridades "estão atentas".
Porque, explicou: "Sempre estamos atentos e as autoridades tomam logo as medidas tão logo apareçam casos". "Aliás, é por conta dessas medidas que a ministra informou que já detectamos no país essas duas variantes e todas essas medidas de quarentena para as pessoas que chegam de outros países é precisamente para a detecção dessas novas variantes para que não haja circulação comunitária", notou.
Segundo Sílvia Lutucuta, da variante inglesa, três suspeitas foram detectadas no aeroporto, na testagem pós-desembarque, aos quais foi feito o isolamento imediato no centro da Barra do Kwanza. Dois dos passageiros eram provenientes de Lisboa e um de São Tomé e Príncipe.
Em relação à variante sul-africana, cinco dos casos foram detectados no aeroporto, prontamente isolados para os centros de tratamento, e um caso está em estudo, em que está a ser avaliado todos os aspetos ligados com a sua situação epidemiológica.