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Carlos Rosado de Carvalho diz que Angola precisa mais de imigrantes do que de expatriados

O economista Carlos Rosado de Carvalho alertou para a insuficiência de quadros nacionais competentes, um défice que deve ser preenchido com recurso à imigração, mais do que com expatriados.

FFS:

Carlos Rosado de Carvalho, que foi orador, Quinta-feira, numa mesa redonda que analisou o Estado da Economia de Angola e suas Repercussões sobre Outros Sectores, lamentou que Angola tenha dificuldade em aceitar essa realidade.

“Nós não temos (quadros). Há angolanos competentes, (mas) nós não temos em quantidade suficiente e nós também temos de olhar para as nossas universidades, (de onde) está a sair muita gente sem as competências inerentes aos cursos que tiram”, criticou.

Segundo o economista, um certificado universitário quer dizer perante a sociedade e os agentes económicos, que a pessoa adquiriu determinadas competências, contudo, “muita gente sai das universidades sem adquirir competências”.

Carlos Rosado considerou que “há muitas pessoas que frequentam a universidade, mas que não têm conhecimentos suficientes para frequentar as universidades”, alertando ainda para notícias relativas a certificados falsificados.

“Temos que mudar isso, porque o petróleo vai acabar, os minerais vão acabar, os diamantes, as únicas pessoas que vão ficar cá para gerir o país são os angolanos”, sublinhou.

Nesse sentido, Carlos Rosado de Carvalho considerou que Angola precisa de imigrantes, ao contrário dos expatriados que o país tem neste momento.

“Durante o tempo do comunismo nós tivemos cooperantes, agora temos expatriados, o que Angola precisa é de imigrantes, de pessoas que venham para cá para ajudar Angola, que tragam a família, que morem cá”, disse.

“Naturalmente, não podemos abrir as fronteiras irrestritamente, mas se precisamos de quadros, temos que saber captar esses quadros, por exemplo a começar pelos professores primários, que nós devíamos saber captar para Angola, porque é essa a nossa prioridade”, salientou.

O economista criticou também a fraca qualidade do ensino. “A maior parte dos nossos cursos são de papel e lápis, quando precisamos de cursos de ciências, de engenharias. Temos muitas vezes notícias de engenheiros que nunca passaram por um laboratório. São esses problemas que nós temos de procurar resolver e começarmos a apostar mais no ensino de base. É essa, penso eu, a nossa prioridade”, referiu.

Para o especialista, a qualidade no ensino básico é uma condição essencial “para depois ter pessoas capazes de frequentar as universidades”.

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