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Economist prevê recessão de 1,2 por cento este ano em Angola

A consultora Economist Intelligence Unit (EIU) reviu em baixa a previsão de crescimento da economia de Angola, antecipando agora uma recessão de 1,2 por cento este ano devido à queda da produção de petróleo no país.

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"As perspectivas económicas imediatas de Angola continuam fracas, com a recessão de quatro anos a prolongar-se por mais um ano em 2020", lê-se na análise periódica feita à economia do país.

No relatório, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os peritos da unidade de análise da revista britânica The Economist escrevem: "a produção de petróleo, estimada pelo Governo em 1,389 milhões de barris por dia em 2019, abaixo do limite estipulado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo de 1,481 milhões de barris diários, continua a cair devido à maturação dos campos e à falta de investimento dos últimos anos".

"Esperamos que a produção de petróleo continue a cair este ano furto da manutenção desta dinâmica, por isso projectamos que o PIB real se vá contrair em 1,2 por cento, furto da queda das exportações e das baixas receitas petrolíferas, que pesam na despesa pública ao mesmo tempo que as condições restritivas de crédito limitam o investimento e o consumo das famílias", acrescentam.

Para os próximos anos, no entanto, a EIU já estima um regresso ao crescimento, antecipando uma expansão média de 3,1 por cento entre 2021 e 2023, "motivada pelo regresso ao crescimento dos sectores da agricultura, minas, construção, manufactura e serviços, alavancados na melhoria da política monetária e no apoio governamental à economia não petrolífera".

Para 2024, furto dos concursos de exploração petrolífera entretanto lançados, a EIU estima que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 5,9 por cento devido ao aumento da produção de petróleo e ao consequente impacto nas finanças públicas e na capacidade do Governo estimular a actividade económica.

Ainda no capítulo das previsões económicas, a EIU estima uma subida da inflação, de 17,4 por cento em 2019 para 21 por cento este ano, motivada "pela fraqueza sustentada do kwanza devido às baixas exportações de petróleo e à baixa disponibilidade de dólares, bem como pela introdução do IVA e a redução dos subsídios à electricidade".

Ainda assim, a EIU conclui que dentro quatro anos o valor da inflação terá descido para cerca de metade: "A partir de 2021 uma taxa de depreciação mais baixa do kwanza vai levar a uma redução da inflação, apesar de a eventual redução de vários subsídios vá manter os preços elevados, por isso prevemos que a inflação média vá descer para 10,4 por cento em 2024", concluem os analistas.

A economia de Angola está a enfrentar um crescimento negativo desde 2016, fruto da descida significativa dos preços do petróleo desde o Verão de 2014 e ao consequente impacto nas finanças públicas e na capacidade financeira do Governo lançar novos projectos que animem a actividade económica.

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