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Trafigura financia saída de general ‘Dino’ da Puma Energy

A correctora de matérias-primas Trafigura financiou a compra das acções que o general 'Dino' detinha na Puma Energy, num acordo avaliado em 400 milhões de dólares, reduzindo a participação do general para menos de cinco por cento.

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"A Puma Energy Holdings anuncia que concordou, sujeito à aprovação das autoridades reguladoras, com uma reestruturação da estrutura acionista com a Trafigura e a Cochan Holdings; o resultado será que a Cochan deixará de ser um accionista significativo, com a participação accionista da Cochan a ser reduzida [de 15 por cento] para menos de 5 por cento", lê-se no comunicado divulgado pela distribuidora energética.

"A transacção será implementada através de uma operação de recompra das acções da Trafigura, que se segue a uma compra equivalente pela Trafigura das acções da Puma detidas pela Cochan Holdings", detida pelo general, e financiada pela Trafigura através de um empréstimo com uma duração de sete anos, acrescenta-se no documento.

"A Puma Energy está a construir uma plataforma jovem para nos permitir aproveitar a dinâmica de oportunidades num cenário energético em rápida mudança nos mercados em que operamos", comentou a presidente da Puma Energy, Emma FitzGerald, citada no comunicado.

"Com o apoio contínuo dos nossos accionistas, a empresa está confiante nas suas capacidades de desenvolver um negócio focado no consumidor e capaz de garantir um crescimento sustentado de lucros e fazer uma contribuição real para a transição energética nas comunidades que serve", acrescenta-se no texto.

A Cochan Holdings é detida por Leopoldino Fragoso do Nascimento, conhecido como 'general Dino', que foi um conselheiro próximo do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, o acordo está avaliado em 400 milhões de dólares, cerca de 360 milhões de euros, e permite à Trafigura manter 49 por cento das acções da Puma, que está a passar por uma reestruturação, vendendo activos e cortando custos num contexto de resultados financeiros negativos.

Segundo a Bloomberg, "este complexo negócio vai também reduzir a ligação potencialmente embaraçosa ao general Dino, e melhorar o relacionamento com os bancos e possivelmente fazer voltar a empresa à bolsa".

A Trafigura tem uma ligação antiga a Angola, onde chegou a ter quase o monopólio de importação de combustíveis no país através do Grupo DTS, em conjunto com a Cochan, do general 'Dino', e onde ganhou, em Maio do ano passado, o concurso para fornecer gasóleo à Marinha.

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