As equipas da Halo, num total de 30 trabalhadores, vão desminar os três campos que rodeiam a localidade, um dos quais ao lado da pista de Tempué, durante três meses, revela a organização não-governamental (ONG) em comunicado.
Tempué fica localizada no meio do sistema que alimenta as nascentes do Okavango angolano e os lagos que rodeiam a vila são uma parte vital da bacia hidrográfica do grande rio Cubango/Okavango que integra a Área de Conservação Transfronteiriça do Kavango Zambeze (Kaza), ecossistema que abrange cinco países da África Austral (Angola, Botsuana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabué).
"A desminagem é um passo fundamental na protecção da vida selvagem e do habitat do Okavango angolano. Depois de removermos as minas, vamos apoiar o desenvolvimento das comunidades locais de forma segura e sustentável", disse Steve Boyes, fundador do projecto da National Geographic sobre a Vida Selvagem do Okavango.
No projecto participa também a bióloga angolana Adjany Costa.
Além de apoiar o trabalho da National Geographic, a desminagem vai contribuir para promover a conservação na região da Kaza, já que envolve "uma remoção substancial de minas em dois dos Parques Nacionais de Angola, Mavinga e Luengue-Luiana, ambos localizados no território do Okavango angolano e na Kaza", realça a ONG.
O Okavango angolano "ocupa um lugar único na história moderna de Angola e da região" devido aos "ferozes combates" que se deram naquele território durante o período de independência e a guerra civil que se seguiu, que deixaram os campos extensivamente minados.