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Economia

Petróleo mais caro melhora défice do país para 2,9 por cento este ano

A consultora BMI Research considerou esta Quarta-feira que o défice orçamental vai melhorar para 2,9 por cento este ano e dois por cento em 2019 devido à recuperação dos preços do petróleo, acima do previsto no Orçamento.

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"As finanças públicas de Angola vão beneficiar da recuperação em curso nos preços do petróleo, juntamente com uma marcada melhoria na produção à medida que os principais poços de petróleo entram em funcionamento", lê-se numa análise à economia nacional.

No relatório, enviado esta Quarta-feira aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora do grupo da agência de 'rating' Fitch escrevem que "apesar de o aumento das receitas ir encorajar o Governo a aumentar moderadamente a despesa, abrandando o ritmo da consolidação, espera-se que o défice orçamental melhore, de uma estimativa de 4,3 por cento em 2017, para 2,9 por cento em 2018 e dois por cento em 2019".

O Governo antecipa para este ano um défice de 3,4 por cento, contra os 2,9 por cento previstos pela BMI; os analistas também são mais optimistas que o Governo no que diz respeito ao preço médio do barril de petróleo este ano, já que esperam um preço de 67 dólares, ao passo que o executivo prevê que o barril custe, em média, 50 dólares.

Os analistas, no entanto, sublinham que "as melhorias na dinâmica orçamental vão ser de pouca dura", já que a descida da produção de petróleo a partir do próximo ano "vai resultar num aumento gradual do défice".

Sobre a dívida pública, que sofreu uma significativa deterioração nos últimos anos, devido à opção governamental de aumentar o endividamento para compensar a quebra nas receitas decorrentes da descida do preço do petróleo, a BMI Research considera que o Governo vai conseguir honrar os seus compromissos.

"A nossa visão mantém-se, e aponta para que Angola consiga cumprir as suas obrigações de dívida no curto prazo, mas os riscos relativamente à composição da dívida e o potencial de volatilidade nos mercados petrolíferos globais mantêm-se", escrevem os analistas.

Até ao final do próximo ano, Angola vai ter de pagar 8,9 mil milhões de dólares de dívidas, mais de 45 por cento do total, mas a BMI considera que o país vai conseguir pagar os compromissos.

"O Governo parece estar a usar em seu benefício os relativamente baixos custos de financiamento para os mercados emergentes, alargando o perfil de maturidade da dívida, e o Ministério das Finanças já anunciou planos para se endividar em mais dois mil milhões de dólares em 'eurobonds' [emissões em moeda estrangeira] este ano", diz a BMI.

"Uma elevada exposição a dívida em moeda estrangeira vai continuar a colocar um desafio, principalmente depois da depreciação do kwanza em quase 23 por cento desde o início do ano, mas mantemos a nossa perspectiva de que, dadas as condições externas favoráveis, o Governo está bem posicionado para suportar o aumento do custo de servir a dívida externa", concluem os analistas.

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