A informação consta do despacho assinado pelo Presidente João Lourenço, de 5 de Março e ao qual a Lusa teve acesso, que aprova a estratégia de emissão de títulos de dívida soberana nos mercados internacionais sob a forma de eurobonds.
O despacho realça que a estratégia de lançamento das emissões de eurobonds nos mercados internacionais, em 2015, "demonstrou o seu êxito, contribuindo para o estabelecimento de um importante canal de acesso ao financiamento externo".
O ministro das Finanças, autorizado neste despacho a concluir a operação, anunciou a 14 de Fevereiro a segunda emissão de eurobonds de Angola, de 2000 milhões de dólares, contará com o apoio, entre outros, do Goldman Sachs.
A informação foi confirmada, em declarações aos jornalistas, pelo ministro Archer Mangueira, indicando também que o Deutsche Bank e o ICBC (China) integram o consórcio de bancos que lideram esta operação, tal como a idêntica, realizada em 2015.
"O processo de emissão de ‘eurobonds' está previsto ainda para o mês de Fevereiro. Há um conjunto de bancos que estão a trabalhar com o Ministério das Finanças na preparação dessa emissão", disse então o ministro.
Esta emissão surge numa altura em que a dívida pública governamental (que exclui a contraída pelas empresas públicas nacionais), já ultrapassou o equivalente a 67 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo dados de Janeiro do Ministério das Finanças.
O Estado angolano estreou-se na emissão de eurobonds em Novembro de 2015, angariando então, no mercado externo, cerca de 1500 milhões de dólares através de um consórcio de bancos liderado pelo norte-americano Goldman Sachs International e que incluiu ainda o alemão Deutsche Bank e os chineses da ICBC International.