A decisão consta da nota oficial sobre a reunião mensal do Comité de Política Monetária (CPM) do BNA, realizada a 28 de Fevereiro e divulgada esta Quinta-feira, a qual serve para avaliar os indicadores de crescimento económico e as contas fiscais e monetárias, neste caso de Janeiro de 2017.
"A taxa de inflação mensal, a nível nacional, tem seguido uma trajectória ascendente nos últimos três meses", observa a mesma nota, a que a Lusa teve hoje acesso.
A taxa de juro base esteve fixa em 16 por cento até final de Novembro último, altura em que aumentou para 18 por cento, por decisão do BNA.
O aumento então definido foi justificado com "os altos níveis de inflação acumulada", o que levou o CPM a concluir pela "necessidade" de tomar "medidas de política monetária com o propósito de reverter o actual processo inflacionista".
Já no mês de Janeiro, a taxa de inflação mensal, medida pelo Índice de Preços no Consumidor Nacional, publicada pelo Instituto Nacional de Estatística, registou uma variação de 1,47 por cento, colocando a inflação acumulada, a 12 meses, agora 22,72 por cento.
A taxa de juro, cujas variações podem servir para controlar a evolução da inflação, esteve fixada até Julho de 2014 em 8,75 por cento, após um corte, na altura, de meio ponto percentual.
Aumentou em 2015 para 9 por cento, iniciando então um ciclo de subidas, com três aumentos só em 2016, o último dos quais em Junho (do mesmo ano).
Nesta reunião do CPM, além de manter a taxa base de juro nos 18 por cento ao ano, até 30 de Março (próxima reavaliação), o BNA decidiu também não mexer na taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez, fixada nos 20 por cento ao ano, e manter não remunerada a Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez e o coeficiente das reservas obrigatórias sobre os depósitos em moeda nacional nos 21 por cento.