A informação foi prestada Segunda-feira, em Luanda, pela ministra das Pescas de Angola, Victória de Barros Neto, no início de um seminário de três dias sobre a economia do mar, numa parceria com aquela universidade portuguesa.
Angola tem uma linha de costa de 1650 quilómetros e uma Zona Económica Exclusiva de 330.000 quilómetros quadrados, mas a economia do mar representa apenas cerca de três por cento do Produto Interno Bruto do país, daí a importância atribuída pela governante à parceria a estabelecer com a Universidade de Aveiro.
"Fazer com que a economia azul se faça de forma coordenada, integrada e sustentável. E aí pensamos que a Universidade de Aveiro tem um papel a desenvolver, pelas suas especialidades e competências no domínio do mar", destacou Victória de Barros Neto, em declarações aos jornalistas à margem do seminário.
Acrescentou que essa cooperação poderá passar por "projectos de investigação conjunta, a exemplo do que acontece noutros países", por parte da Universidade de Aveiro, como é o caso em Moçambique.
Para o pró-reitor da Universidade de Aveiro, Osvaldo Pacheco, a instituição está disponível no âmbito desta "parceria estratégica das duas partes", para dar formação a quadros do Ministério das Pescas e prestar apoio científico em "problemas concretos".
Acrescentou que aquela instituição conta com 50 estudantes de nacionalidade angolana, além de ter em funcionamento uma academia com a petrolífera Sonangol e manter uma parceria com Instituto Superior Politécnico de Benguela.
O interesse passa ainda pela possibilidade de a universidade portuguesa assegurar "novas valências" na primeira instituição de ensino superior em Angola dedicada exclusivamente às pescas e ciências do mar.
"Queremos aumentar o nosso conhecimento sobre o mar em Angola, fazer com o mar seja uma oportunidade, apesar dos riscos que também apresenta", destacou a governante, sublinhando a necessidade de encarar as actividades da economia azul como um "motor para o desenvolvimento".
Pesca, aquicultura e produção de bivalves são áreas de interesse do país no desenvolvimento da economia do mar, de acordo com a ministra das Pescas.