A reunião está agendada, segundo informação disponibilizada à Lusa pelo Ministério do Ambiente angolano, para a cidade de Oto, na República do Congo, país cujo Presidente, Sassou Nguesso, lançou a iniciativa em Novembro de 2016 em Marrocos, durante a 22.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP22).
Com uma dotação prevista de 100 milhões de euros por ano, o Fundo Azul pretende promover a redução dos efeitos do aquecimento global na Bacia do Congo, a preservação dos recursos hídricos e sobretudo a diminuição dos problemas das populações ribeirinhas que vivem da caça, colheita, pesca, agricultura de corte e queima
"E, de igual modo, usam as raízes e cascas de árvores como substâncias medicamentosas, para que desta forma se possa melhorar a sua a qualidade de vida", explica o Ministério do Ambiente, que estará representado nos dois dias da reunião, entre 8 e 9 de Março, pela ministra Fátima Jardim, juntamente, com a anunciada participação do secretário-geral da ONU, António Guterres, e rei de Marrocos.
Também conhecido rio Zaire, o segundo maior em África e o sétimo do mundo, a bacia do Congo tem uma extensão total de 4700 quilómetros. Trata-se do segundo maior rio do mundo em volume de água, chegando a debitar um caudal de 67.000 metros cúbicos de água por segundo no oceano Atlântico, mas representa uma área com cerca de 200 milhões de hectares de floresta tropical, sendo assim o segundo maior pulmão ecológico do mundo e o maior reservatório da biodiversidade em África.
Desempenha "um papel importante no processo de redução das emissões de gases de efeito estufa", lê-se na informação do Ministério do Ambiente angolano.
Durante os dois dias, os governantes dos 11 países, incluindo ainda o Chade, Camarões, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Burundi, Ruanda, Zâmbia e Tanzânia, irão assinar um memorando de cooperação para a criação do Fundo Azul.
O objectivo do fundo é "limitar a exploração desta grande floresta", mas também que as populações vivem nesta bacia "possam, em contrapartida, receber uma retribuição correspondente aos sacrifícios consentidos que se lhes impõem".