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Saúde

Autorizada contratação de 2000 médicos para apoiar combate às epidemias

O ministro da Saúde de Angola, Luís Gomes Sambo, anunciou o recrutamento extraordinário de até 2000 médicos e paramédicos angolanos recentemente formados, para apoiar no combate às epidemias de malária e febre-amarela.

Alice Davies:

O governante falava aos jornalistas no final da terceira sessão ordinária da comissão para a Política Social do conselho de ministros, realizada em Luanda sob orientação do vice-Presidente da República, Manuel Vicente, e que entre outros assuntos analisou a resposta que está a ser dada pelos hospitais às epidemias que assolam sobretudo a capital.

"Neste preciso momento os hospitais em geral estão a funcionar, mas com dificuldades. Precisamos de mais abastecimento, que está a ser processado, mais medicamentos essenciais, mais reagentes para o diagnóstico das doenças mais frequentes. E também precisam de mais rendimento de pessoal de saúde", admitiu o ministro Luís Gomes Sambo.

Só a epidemia de malária já terá afectado cerca de 500.000 pessoas em Luanda - a principal causa de morte em Angola há vários anos -, acrescido de mais de 1300 casos de febre-amarela, com pelo menos 185 mortos, desde Dezembro, e essencialmente concentrados na capital.

Além de outros meios, o ministro da Saúde anunciou o recrutamento de 2000 médicos e paramédicos, através de uma dotação orçamental especial, tendo em conta que não está prevista a contratação de funcionários públicos em 2016, face aos cortes no Orçamento Geral do Estado.

"Vamos fazer o enquadramento de médicos e paramédicos recém-formados no exterior e no país, isso para já. E também vamos continuar com a participação de profissionais do sector das forças Armadas, estudantes de medicina e de enfermagem. Para reforçarem o número de profissionais que necessitámos para melhor atender as populações", disse o ministro da Saúde de Angola.

Além das duas epidemias declaradas, Luanda vive uma situação de lixo acumulado em toda a província, foco de várias doenças, e as fortes chuvas que se registaram nos últimos meses propiciaram a multiplicação de mosquitos, focos de transmissão da malária e da febre-amarela.

Alguma comunicação social privada angolana tem vindo a relatar que os cemitérios de Luanda, província com quase sete milhões de habitantes, chegam a registar algumas centenas de funerais por dia e que as morgues estão em total rotura.

Angola vive uma profunda crise económica e financeira devido à quebra das receitas fiscais com a exportação de petróleo, o que levou o Estado a cortar nos gastos. Nos últimos dias multiplicaram-se donativos de empresários e população aos hospitais de Luanda, sem consumíveis e alimentos.

"Registamos duas ou mesmo três vezes mais o número de pacientes que acorrem aos bancos de urgência e que têm necessidade de internamento, na sua maioria crianças e adolescentes. Os hospitais e centros de saúde não têm capacidade suficiente para atender um número tão elevado de pacientes em circunstância de epidemia", reconheceu, há menos de uma semana, o ministro da Saúde.

"A situação é controlável, os meios de controlo estão a chegar, já foram mobilizados. O engajamento do Governo é suficiente para controlar a situação, até este momento, e portanto não vemos a necessidade de declarar o estado de emergência, esta é uma questão de momento", concluiu na altura Luís Gomes Sambo.

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