A informação foi confirmada pelo representante em Angola da OMS, Hernando Agudelo, e surge numa altura em que a epidemia já matou quase 180 pessoas no país, desde 5 de Dezembro, sendo a prioridade das autoridades de saúde travar a sua propagação, através da vacinação.
A doença tem o epicentro em Viana, arredores de Luanda, mas as províncias do Huambo, Cuanza Sul, Uíge, Huíla e Benguela integram o lote das áreas em que a febre-amarela apresenta risco de propagação local.
"A OMS está a apoiar o Governo angolano para buscar as vacinas que são necessárias para a vacinação nessas províncias, que agora têm transmissão local. Estamos a planear que a partir da próxima semana comece a vacinação", disse Hernando Agudelo, questionado pela Lusa.
Aquela organização das Nações Unidas está a apoiar o Ministério da Saúde angolano, em termos técnicos e financeiros, no combate à epidemia, que desde Dezembro já soma mais de 1.200 casos suspeitos identificados pelas autoridades sanitárias.
Até 24 de Março já foram vacinados 5.708.697 habitantes de Luanda, equivalente a 87 por cento da população alvo desta campanha de vacinação extraordinária, lançada para conter a propagação da doença.
A vacinação será agora alargada a mais de três milhões de pessoas - o número de vacinas necessárias é superior tendo em conta desperdícios - em cinco das maiores províncias angolanas, depois de Luanda.
"É importante evitar o alastramento urbano, lá é onde pode existir um maior número de vítimas, porque a densidade populacional é mais alta", enfatizou Agudelo.
Às 3,5 milhões de doses que a OMS estima para esta nova fase de vacinação somam-se as 7,3 milhões de vacinas que foram necessárias só para a província de Luanda.
A OMS já classificou esta epidemia de febre-amarela como a mais grave em Angola nos últimos 30 anos, apontando que só a vacinação de Luanda vai custar cerca de seis milhões de dólares.