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OMS: epidemia de febre-amarela em Angola poderá estar controlada até Maio

A Organização Mundial de Saúde (OMS) admite que a epidemia de febre-amarela, que já matou 178 pessoas em Angola, possa estar controlada dentro de dois meses, dependendo da vacinação em curso da população.

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De acordo com o representante em Angola daquela entidade das Nações Unidas, Hernando Agudelo, a OMS está a colaborar com o Ministério da Saúde angolano, com apoio técnico e financeiro, para "garantir a qualidade e quantidade" da resposta à epidemia.

"Esperamos que durante o próximo mês, o mais tarde nos próximos dois meses, o surto já esteja bastante baixo. É uma questão de vacinar as pessoas", disse Hernando Agudelo, questionado pela Lusa e adiantando que a prioridade, além da vacinação, passa agora pelo reforço da vigilância epidemiológica para evitar o alastramento da doença pelo país.

A epidemia de febre-amarela em Angola matou 178 pessoas entre 5 de Dezembro e 23 de Março, tendo sido letal em praticamente 15 por cento dos 1.206 casos suspeitos identificados pelas autoridades sanitárias angolanas.

De acordo com o mais recente boletim de balanço da epidemia, da responsabilidade do Ministério da Saúde e da OMS, que Lusa noticiou na quarta-feira, entre 21 e 22 de Março registaram-se mais 14 casos suspeitos de febre-amarela, metade dos quais em Luanda, e nenhuma vítima mortal.

"Já se começou a ver os efeitos da vacinação em Luanda, há já uma diminuição do número de casos", insistiu o representante da OMS, que em simultâneo sublinha que continuam a ser detectadas "altas quantidades" dos mosquitos potencialmente transmissores da doença no interior das casas na capital angolana.

Até 22 de Março já foram vacinadas 5.632.026 habitantes de Luanda, o epicentro da epidemia de febre-amarela, equivalente a 86 por cento da população alvo desta campanha de vacinação extraordinária, lançada para conter a propagação da doença.

O primeiro caso da doença foi diagnosticado no município de Viana, arredores de Luanda, a 5 de Dezembro. Só neste município, onde funciona o mercado do "quilómetro 30", identificado como foco da epidemia, há registo de 72 mortes, numa taxa de letalidade de 25,2 por cento.

As autoridades acreditam que a generalidade das vítimas da doença que faleceram fora de Luanda - 41 de um total de 178 óbitos - esteve antes em Viana, e no mercado do "quilómetro 30", onde foi detectado o mosquito transmissor da doença.

O lixo acumulado nas ruas, falta de saneamento, dificuldades dos hospitais com falta de medicamentos devido à crise financeira generalizada no país e as fortes chuvas que se têm feito sentir, nomeadamente em Luanda, ajudam a explicar a rápida propagação da doença desde Dezembro.

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