A informação foi avançada à imprensa pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, durante a visita ao Soyo, província do Zaire, no norte de Angola, acrescentando que o projecto envolve ainda a construção de uma linha eléctrica até à capital, ao longo de mais de 400 quilómetros, com 1500 torres.
Trata-se de uma das maiores obras públicas em curso em Angola, executada por empresas chinesas, sendo um empreendimento considerado fundamental para reduzir o défice energético angolano.
A primeira máquina de geração de electricidade desta central deverá entrar em testes no início de 2017 e as restantes três ao longo do ano, acrescentou o ministro, dando conta de que a ligação eléctrica entre o Soyo e Luanda deverá estar concluída até Maio do próximo ano.
"É dos projectos mais importantes que estamos a desenvolver neste momento, que vai produzir cerca de 750 MegaWatts e que vai atender às necessidades de Luanda e bem como do norte do país, com a electrificação de Mbanza Congo e Nzeto", explicou anteriormente o ministro João Baptista Borges.
A Lusa noticiou em 2015 que o Governo angolano utilizou verbas da reserva financeira petrolífera para investimentos em infra-estruturas no pagamento da primeira prestação da construção desta central, de ciclo combinado, a gás e vapor.
A decisão, suportada por despacho presidencial, visa permitir a construção da central, a cargo da empresa China Machinery Engineering Corporation (CMEC). De acordo com o mesmo despacho, esta central, que integra o Programa de Investimento Púbico, "é de grande importância para o desenvolvimento económico e social do país".
Assim, foi aprovada há cerca de um ano a desmobilização de 147,7 milhões de dólares da Reserva Financeira Estratégica Petrolífera para Infra-estruturas de Base, precisamente para pagamento da primeira prestação do contrato.
A central de ciclo combinado do Soyo vai custar 928 milhões de dólares, sendo justificada pelo executivo com as "projecções de crescimento da procura de energia eléctrica no país" no médio e longo prazo.
O contrato em causa foi celebrado entre o Ministério da Energia e Águas e a empresa chinesa CMEC em 2014. O crescimento nacional leva à "necessidade de expansão acentuada da capacidade de produção" de electricidade no país, justifica o Governo.