"Cabo Verde sempre defendeu a estabilidade política, o alinhamento com os princípios e os valores da democracia. (...) Levaremos a nossa proposta para, todos juntos, fazermos a nossa advocacia no sentido de se restabelecer a estabilidade política em Moçambique", no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), afirmou Austelino Correia, numa conferência de imprensa para antecipar a deslocação a Angola.
O líder do parlamento cabo-verdiano apontou, em particular, para "o exercício da liberdade política, da cidadania plena", para que se possa "robustecer, cada vez mais, a democracia" na CPLP e "contribuir para o desenvolvimento", acrescentou.
Durante a visita a Angola, que reforça o acordo de cooperação parlamentar (assinado em Julho de 2023), estão previstas reuniões oficiais, incluindo um encontro com o Presidente João Lourenço.
A agenda prevê debates acerca da CPLP, conflitos em África, com destaque para a República Democrática do Congo, e impactos das alterações climáticas.
"Angola é um país com vastas reservas naturais que pode desempenhar um papel importante na mitigação da insegurança alimentar em África", afirmou Austelino Correia.
Moçambique enfrentou um período de instabilidade após as eleições gerais de Outubro, rejeitadas por Venâncio Mondlane, opositor do candidato da Frente de Libertação de Moçambique, Daniel Chapo, que foi empossado como Presidente da República, em Janeiro.
As tensões aliviaram-se, mas continua a haver episódios de violência e protestos em vários pontos do país.
Em Dezembro, o Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, manifestou preocupação com a crise pós-eleitoral em Moçambique, apelando ao diálogo e à serenidade entre todas as forças políticas para uma resolução pacífica da situação.