Esta Segunda-feira, o Presidente cabo-verdiano endereçou uma carta de felicitações ao homólogo angolano, João Lourenço, por Angola assumir a presidência rotativa da União Africana (UA), disponibilizando-se para reforçar a cooperação do arquipélago com a UA.
José Maria Neves transmitiu "as mais calorosas felicitações", destacando o "legítimo orgulho" pelo facto de ser a primeira vez que um país de língua portuguesa ascende àquela posição na UA.
"Cabo Verde reitera a sua inteira disponibilidade para cooperar estreitamente" com o novo presidente da organização, "em plena sintonia com as prioridades estratégicas" e por forma a consolidar a ligação "entre Cabo Verde e a UA", escreveu.
O chefe de Estado cabo-verdiano depositou esperanças na capacidade de João Lourenço em liderar "esforços infatigáveis" de pacificação, sobretudo nas regiões dos Grandes Lagos, Sudão e Sahel, assim como na implementação de reformas estruturais e na operacionalização da Zona de Comércio Livre Continental Africana.
Já o PR moçambicano, Daniel Chapo, disse esperar uma "grande liderança" de Angola na União Africana, sublinhando que o regresso de um país africano de língua portuguesa à presidência desta organização é uma grande vitória.
Em declarações no Domingo, à saída de um encontro com o Presidente João Lourenço em Adis Abeba, onde decorre a 38.ª cimeira dos chefes de Estado e do Governo da União Africana, Daniel Chapo deu os parabéns ao seu homólogo, por Angola ter assumido no Sábado a presidência do bloco africano, realçando que a última vez que um país africano de língua portuguesa presidiu à União Africana foi em 2003 com o então Presidente moçambicano Joaquim Chissano.
"Há sensivelmente 20 anos que um país africano de língua portuguesa não presidia à União Africana, o último foi Moçambique", frisou, em declarações à imprensa angolana, considerando este regresso de um país lusófono "uma grande vitória".
"Esperamos uma grande liderança ao longo deste ano e vamos dar todo o apoio necessário para que seja um sucesso", acrescentou.
Por sua vez, o Presidente de São Tomé e Príncipe congratulou-se, no Sábado, com a presidência de Angola à frente da União Africana, considerando que ter um país lusófono a liderar a organização "é um orgulho".
Sobre a presidência angolana da União Africana, Carlos Vila Nova diz ser "um motivo de orgulho" e de "alegria" por ser a primeira vez que um país lusófono ocupa o lugar.
"Eu felicitei esta manhã o Presidente João Lourenço quando estivemos a conversar e desejei-lhe muita boa sorte, podia contar connosco", disse, salientando que São Tomé e Príncipe vai apoiar Angola "para ter um bom mandato à frente da União Africana".
Na Sexta-feira, um dia antes de João Lourenço assumir a presidência da UA, Carlos Vila Nova tinha já considerado que "Angola tem todas as condições para fazer uma boa Presidência da União Africana", assegurando todo apoio ao seu homólogo João Lourenço, de quem disse esperar que promova a aproximação entre os países africanos.
"A nós apraz-nos. Tem todo o nosso apoio e solidariedade como país membro da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], país irmão [...]. Daremos todo o nosso apoio, acompanharemos, e tudo que depender de nós estaremos ao lado de Angola", declarou Carlos Vila Nova.
João Lourenço assumiu, no Sábado, a presidência rotativa da UA, durante a 38.ª cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da organização, em Adis Abeba.