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Standard & Poor's mantém rating de Angola em B-

A agência de notação financeira Standard & Poor's (S&P) decidiu manter o rating de Angola em B-, com perspectiva de evolução estável, devido às grandes necessidades de financiamento, equilibradas com um ambiente favorável no sector do petróleo.

:  Angola Image Bank
Angola Image Bank  

"O nosso rating de Angola é condicionado pelo baixo PIB [Produto Interno Bruto] 'per capita', pela elevada dependência do petróleo e por um quadro institucional fraco, embora em melhoria gradual; estes factores mantêm Angola altamente susceptível a choques externos e à dinâmica global do sector petrolífero e resultam numa inflação estruturalmente elevada e em finanças públicas relativamente fracas", escrevem os analistas na nota que dá conta da decisão de manter a opinião sobre a qualidade do crédito soberano em B-, abaixo da recomendação de investimento.

No texto, a S&P diz que "as pressões de liquidez a curto prazo diminuíram em grande parte, depois de o Governo angolano ter reduzido a dívida externa pendente em 4 mil milhões de dólares em 2024, mas a derrapagem fiscal, a susceptibilidade a choques externos, particularmente um choque do preço do petróleo, e a elevada dolarização da economia, representam um risco persistente".

O serviço da dívida, apesar de estar a reduzir-se, continua a ser um problema para a economia angolana devido ao "elevado e dispendioso serviço da dívida", a que se juntam os gastos com os subsídios aos combustíveis e o "rápido aumento dos custos salariais".

A S&P antevê que a economia cresça em média 2,7 por cento até 2028, "apoiada por volumes de produção de petróleo razoavelmente estáveis, juntamente com a melhoria da actividade do sector não petrolífero", e prevê também que o défice orçamental, que o Governo previa ser de 0,02 por cento no ano passado, mas que terminou nos 1,2 por cento, vá crescer para 1,5 por cento devido aos aumentos salariais e dos gastos com os combustíveis.

"Antevemos um ritmo mais lento de redução dos encargos com os subsídios aos combustíveis, o que representa um significativo abrandamento da política orçamental em comparação com a abordagem muito rígida dos últimos anos, o que pode resultar na acumulação de mais dívida e aumentar o custo do serviço da dívida de 2026 a 2028", alertam os analistas, lembrando que o custo dos juros da dívida vale 25,8 por cento das receitas do Estado este ano, abaixo dos 30,4 por cento registados no ano passado.

Quanto ao crescimento da economia, a S&P estima que Angola vá crescer 2,5 por cento este ano, quase metade dos 4,7 por cento registados em 2024, e depois estabilize nos 2,8 por cento até 2028.

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