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Georges Chikoti: problemas na África ocidental devem ser ultrapassados no âmbito da CEDEAO

O secretário-geral do grupo África, Caraíbas e Pacífico (ACP) reconheceu, esta Quarta-feira, que existem “alguns problemas” na região da África Ocidental, mostrando-se confiante que vão ser resolvidos no âmbito da comunidade que os representa, a CEDEAO.

: Francisco Miúdo/Angop
Francisco Miúdo/Angop  

Georges Chikoti, que falava aos jornalistas no parlamento angolano, onde teve lugar a 1.ª sessão da Assembleia Parlamentar Paritária da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico - União Europeia (OEACP - UE), foi questionado sobre a estabilidade e segurança no continente e frisou que estas questões são discutidas a nível das organizações regionais e da União Africana, que toma decisões sobre a matéria.

Destacou, por outro lado, que alguns países da África Ocidental, "que estão em estado de transição" assinaram já o Acordo de Samoa, novo quadro geral de relações entre a União Europeia e os países ACP, reconhecendo que existem questões de segurança para resolver, mas no âmbito de outras organizações.

"Neste momento, se olharmos para a África Ocidental a região tem alguns problemas que têm de resolver", afirmou, sem nomear países.

Burkina Faso, Mali e Níger são actualmente países governados por juntas militares não reconhecidas internacionalmente e que anunciaram em Janeiro a saída da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), mantendo-se 12 países no bloco (Benim, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo).

A CEDEAO suspendeu e sancionou os três países, que decidiram em Janeiro abandonar a organização, mas Chikoty acredita que a decisão pode ser revertida.

"Segundo o que li, nos últimos dias provavelmente vão anular esta decisão para se manter a organização", afirmou, deixando implícito que será proposta uma solução.

"A OEACP não tem mandato para dizer o que a região deve fazer, mas tenho a certeza que no âmbito da CEDEAO vão encontrar uma forma de ultrapassar" a situação, acrescentou.

Fundada em Lagos, actual capital económica da Nigéria, em 1975, a organização impôs sanções e embargos ao Burkina Faso, Mali e Níger para forçar os seus governos a restaurar a democracia após os golpes que levaram os militares ao poder.

Sobre a adesão dos 13 países que ainda não são signatários do Acordo de Samoa (num total de 79), afirmou que "os países são soberanos", nesta decisão, mas ressalvou que se trata apenas de uma assinatura.

"É só assinar, depois discutem com o seu próprio parlamento no momento da ratificação, se querem ou não, são etapas diferentes, Depois de estarem de acordo ratificam e passam para a fase seguinte", salientou o diplomata angolano.

"Eu acredito que este acordo é bom porque a cooperação com a União Europeia é uma ajuda ao desenvolvimento, todo o financiamento da UE é geralmente uma ajuda não reembolsável", salientou, reforçando que "seria bom os países tirarem esta vantagem".

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