"Prevemos que a taxa de inflação atinja um pico de mais de 24 por cento no final do primeiro semestre, em comparação com o período homólogo de 2023, devido ao contínuo efeito do enfraquecimento da taxa de câmbio nos bens de consumo importados", lê-se no comentário à divulgação da inflação de Janeiro, que aumenta em um ponto percentual a previsão de subida dos preços neste semestre.
A inflação acelerou para 21,99 por cento em Janeiro, o valor mais elevado em 18 meses e que representa um acréscimo de 9,44 pontos percentuais face ao mês homólogo, segundo o Instituto Nacional de Estatística.
De acordo com a Folha de Informação Rápida (FIR), o Índice de Preços no Consumidor Nacional registou uma variação de 2,49 por cento entre Dezembro de 2023 e Janeiro de 2024, a maior da série disponibilizada na FIR, que abrange 36 meses (desde Janeiro de 2021).
A inflação mensal cresce há 15 meses consecutivos, à semelhança da inflação homóloga, que continua a aumentar desde Abril de 2023.
"A forte depreciação do kwanza desde Maio de 2023, com a moeda nacional a transaccionar no pior valor de perto de 833 kwanzas por dólar, levou a um ressurgimento da inflação dos bens alimentares", escrevem os analistas no comentário enviado aos investidores, e a que a Lusa teve acesso.
Para além disto, acrescentam, "a redução dos subsídios aos preços dos combustíveis começou a colocar pressão na inflação dos transportes, e por isso a inflação está ao nível mais elevado desde Julho de 2022".
De acordo com o departamento africano da consultora britânica Oxford Economics, o Banco Nacional de Angola deverá manter a taxa de câmbio oficial nos 830 a 845 kwanzas por dólar até ao final deste ano, com a média da inflação a aumentar de 13,6 por cento em 2023 para 21,8 por cento este ano.