A apresentação aos investidores foi feita esta Terça-feira, em Luanda, com detalhes sobre os activos, indicadores financeiros e estratégia da petrolífera, a segunda maior operadora privada em Angola, depois da Etu Energias.
A operação combina uma Oferta Pública de Subscrição (OPS) com uma emissão de até 600.890 acções, representativas de 24,99 por cento do capital da empresa, e uma Oferta Pública de Venda (OPV) de 300.000 acções pertencentes ao Estado através do Banco de Poupança e Crédito (BPC), uma participação de 16,63 por cento que pode render-lhe até 27.450 milhões de kwanzas.
Com admissão à negociação prevista para 15 de Março, a operação tornará a ACREP na primeira empresa privada do sector de petróleo e gás a ser cotada na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA).
No total serão admitidas 900.890 acções com um valor potencial de 82.431 milhões de kwanzas com um preço entre um intervalo mínimo de 75.000 kwanzas e máximo de 91.500 kwanzas.
Isto significa que o Estado pode arrecadar até 27.450 milhões de kwanzas, enquanto a ACREP, se a operação for bem-sucedida, garante entrada de novos accionistas e mais 55 mil milhões de kwanzas de fundos para financiar a expansão das suas actividades.
O período de recepção das ofertas decorre entre 9 de Fevereiro e 1 de Março.
Na apresentação desta Terça-feira, a presidente do conselho de administração, Marlene Costa, realçou que a empresa, que está no mercado há 20 anos e começou por se centrar na exploração de campos de petróleo 'onshore' maduros, detém um portfólio de activos diversificado, com dois blocos em pesquisa, dois em produção e um onde é operadora, tendo exportado 431.500 barris e facturado cerca de 42 milhões de dólares em 2022.
O administrador do BPC, Walter Salgueiro, assegurou que o banco continuará a ser um parceiro estratégico da ACREP e destacou como "grande vantagem" de investir em bolsa, "transparência das cotadas"
Para Augusto Kalikemala, administrador executivo do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), este "é um marco do programa de privatizações", realçando que "o mercado de capitais sempre esteve na linha da frente destas operações" que começou com o Banco Angolano de Investimentos (BAI) e prossegui com o banco Caixa Angola.
"Continuamos desejosos de aprofundar o mercado de capitais e assegurar que empresas e investidores têm um meio privilegiado de concretizar os seus negócios", destacou o responsável, acrescentando que esta operação combina dois sectores muito importantes, o petrolífero e o financeiro.