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Instituto internacional diz que crescimento económico permite retomar despesa militar

O crescimento económico deverá permitir a Angola retomar o investimento na defesa, afectado pela desvalorização do kwanza e recessão pós-pandemia covid-19, revela um estudo do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS). Segundo o Balanço Militar 2024, desde 2018 que Angola passou de segundo para o terceiro maior investidor da África Subsaariana em material militar, atrás da África do Sul e Nigéria, tendo gasto 855 mil milhões de kwanzas em 2023.

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"O nível de despesa com a defesa de Angola sofreu uma ligeira erosão nos últimos anos devido à desvalorização da moeda e aos anos de recessão”, refere o documento do centro de estudos britânico. 

O IISS indica que “a aspiração de Angola de recapitalizar e modernizar as suas forças armadas tem sido dificultada pelas flutuações dos preços do petróleo, pela inflação galopante e pelas sanções internacionais contra a Rússia e a Bielorrússia, ambas fontes tradicionais de aquisições angolanas”. 

Para atenuar estes problemas, Angola tem procurado diversificar as suas fontes de equipamento com equipamento proveniente da China, da Turquia e dos Emirados Árabes Unidos. 

"A dependência de Angola das exportações de petróleo levou ao atraso ou cancelamento de uma série de projectos” desde 2010, como a compra de vários navios patrulha para a marinha. 

No entanto, os analistas do IISS acreditam que as previsões de crescimento económico para os próximos cinco anos graças à subida dos preços do petróleo poderão retomar o investimento nas capacidades militares.

"Com as maiores forças armadas da África Austral e um exército e uma força aérea que utilizam grandes quantidades de equipamento obsoleto da era soviética, as necessidades de recapitalização de Angola são cada vez mais urgentes”, lê-se no documento. 

O Balanço Militar 2024, publicado pelo IISS esta Terça-feira, inclui dados actualizados sobre as capacidades militares, inventários de equipamento e orçamentos de defesa de 173 países e faz análises sobre as diferentes regiões mundiais.

O documento destaca o acordo de cooperação de Moçambique no ano passado com a agência turca das indústrias de Defesa (SSB) "com o objectivo de adquirir drones armados Baykar, potencialmente o Bayraktar Akinci”.

Segundo o IISS, "África tornou-se um mercado cada vez mais importante para exportadores de defesa relativamente recentes”, como a Turquia e os Emirados Árabes Unidos. 

"Os exportadores estão a fazer incursões numa altura em que a Rússia se concentra em satisfazer as necessidades internas de equipamento”, explicam.

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