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TAAG diz que pessoal de cabine beneficia de nova modalidade de ajuda de custos

A administração da transportadora aérea TAAG anunciou que está em vigor, desde 1 de Fevereiro, a nova modalidade de disponibilização de ajudas de custo para o pessoal navegante de cabine, por via de um adiantamento.

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A TAAG, em comunicado enviado à Lusa, um dia antes da anunciada marcha de protesto do pessoal navegante de cabine, em Luanda, refere que as ajudas de custo são disponibilizadas no cartão de crédito "Visa Camba", atribuído aos tripulantes.

No comunicado, datado de 23 de Fevereiro, em que a transportadora cita declarações da sua administradora financeira, Gabriela Bastos, a empresa reconhece que aquando da introdução do referido modelo de cartões foram assinaladas reclamações legítimas, principalmente por parte do pessoal navegante.

As reclamações eram relativas a "atrasos no carregamento dos cartões" e "impossibilidade de acesso a consultas do extrato do cartão (apenas com disponibilização da consulta de saldo)".

Para "resolver de forma imediata" o problema dos atrasos no carregamento dos cartões, salienta, a companhia apresentou, em reunião de 21 de Janeiro passado com o Sindicato Provincial do Pessoal Navegante de Cabine (SINPROPNC) e o Sindicato dos Pilotos, uma proposta de disponibilização dos fundos.

"Assim, com anuência de todas as partes, no referido encontro ficou estabelecida a adopção desta nova modalidade de pagamento aplicável ao pessoal navegante (pilotos e tripulantes de cabine), que começou a ser implementada desde 1 de Fevereiro de 2023", refere-se no documento.

Gabriela Bastos, citada na nota, explica que o carregamento "revolving" realizado pela companhia corresponde a um crédito/adiantamento realizado no cartão, "ou seja, a um pagamento de ajudas de custo a título de reserva que visa cobrir as necessidades de ajudas de custo médias de um mês".

No final de cada mês, acrescenta, a TAAG faz o pagamento do valor integral das ajudas de custo que decorrem dos "voos efecivamente realizados" por cada um dos tripulantes. O valor do crédito/adiantamento realizado com referência ao dia 1 do mês em curso, não sendo abatido no final de cada mês, "transita para o mês seguinte, permitindo que o tripulante tenha sempre um valor adiantado disponível".

O adiantamento das ajudas de custo ao pessoal navegante é uma previsão da média de dias de viagens de cada tripulante para o mês correspondente, ou seja, no caso de um piloto foram estimados 15 dias de voo, enquanto para o pessoal navegante foram estimados oito dias de voo, refere ainda Gabriela Bastos.

O Sindicato Provincial do Pessoal Navegante de Cabine (SINPROPNC) da transportadora aérea vai realizar no Sábado uma marcha de protesto contra a "má gestão" da empresa.

A Lusa contactou a direcção da TAAG e esta, em resposta, remeteu dois comunicados, sendo um assinado pela sua administradora financeira, Gabriela Bastos, e outro assinado por Eduardo Fairen Soria, presidente da comissão executiva.

No ano passado, as Linhas Aéreas de Angola contrataram à portuguesa HiFly uma aeronave Airbus A330 para a ligação Luanda-Lisboa-Luanda, em regime de 'wet lease', um tipo de contrato que garante, além do avião, a disponibilização da tripulação completa, manutenção e seguro do aparelho.

Em relação ao aluguer de aeronaves, Eduardo Fairen, em comunicado datado de 22 de Fevereiro, explica que as parcerias com a HiFly e com a FlyAO "deverão permanecer por períodos mais longos, que os desejados", devido, sobretudo, a "factores externos, como efeitos da fase pós-covid e a guerra na Ucrânia".

"Também os desafios lançados pela guerra na Ucrânia fazem-se sentir no preço do combustível e em todas as cadeias de produção e abastecimento, impactando as entregas de peças, equipamentos e material, afetando todo o setor da aviação, incluindo grandes parceiros nossos como a Boeing, Airbus e outros", apontou.

Estes factores "têm prejudicado seriamente os planos de melhoria da nossa manutenção e frota, obrigando-nos a reavaliar e alterar soluções como a vinda dos B777 (Royal Alfa) e fazendo com que algumas parcerias temporárias como a HiFly ou pontuais como a FlyAO permaneçam por períodos mais longos do que os desejados", frisou o presidente da TAAG.

Eduardo Fairen acrescentou ainda: "Temos consciência que estes desafios continuarão e iremos continuar a olhar e a buscar soluções engenhosas para que a nossa companhia continue a sobreviver e a crescer. Assim, teremos brevemente de volta à operação dois dos nossos B777-300 e estamos agressivamente a buscar soluções de 'retrofit' (renovação de interiores) para as nossas aeronaves".

A administradora financeira Gabriela Bastos sublinha também que é intenção do conselho de administração da TAAG "desenhar e implementar políticas transformadoras e inclusivas para toda a força de trabalho".

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