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Ministra do Trabalho diz que pandemia “destruiu” metade dos empregos criados em cinco anos

A ministra do Trabalho disse esta Quarta-feira que a covid-19 “destruiu” metade dos 490 mil empregos criados nos últimos cinco anos, considerando que o desemprego juvenil “é um mal que enferma a sociedade angolana” e deve ser “continuamente combatido”.

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"As medidas [do executivo] permitiram de certo modo a geração de um total de 490.768 postos de emprego dos 500 mil prometidos [pelo Presidente nas eleições de 2017] previstos para o quinquénio 2018-2022, apesar de, por força da pandemia de covid-19, termos registados empregos destruídos", afirmou Teresa Rodrigues Dias.

Os empregos, argumentou, "foram destruídos, sobretudo, nos anos de 2020 e 2021, perfazendo um total de 261.596 que perderam os seus postos de trabalho".

"Importa realçar que, ainda assim, com todo esforço do executivo conseguiu-se conservar 219.206 postos de trabalho", realçou a governante, na abertura da apresentação do "Relatório sobre Emprego Juvenil em Angola: Oportunidades, Desafios e Orientação de Políticas", elaborado pelo Banco Mundial (BM).

Segundo a ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, a recessão económica, agravada pela covid-19, esteve na base da elevada taxa de desemprego "que assolou" todos, "com particular incidência na população jovem".

"Sobretudo, para aqueles que procuram o seu primeiro emprego, jovens com deficiências e mães adolescentes", apontou, recordando medidas do executivo para reduzir o impacto da pandemia.

O executivo adoptou medidas de políticas integradas e de larga escala concentrados em quatro pilares fundamentais, nomeadamente o apoio às empresas, ao emprego e à renda, a estimulação da economia e do emprego, a protecção dos trabalhadores no local do trabalho e o diálogo social para encontrar soluções, referiu.

Para Teresa Rodrigues Dias, o relatório, elaborado pelo BM em parceria com o Instituto Nacional do Emprego e Formação Profissional (Inefop), contém um conjunto de orientações políticas a serem consideradas no contexto da estratégia e programa de emprego do executivo.

O relatório analisa de igual modo a estrutura económica de Angola numa perspectiva do emprego, a actividade empresarial, o perfil de trabalho, comportamento e resultados, acrescentou.

"O executivo tem consciência que o trabalho é essencial para subsistência das famílias angolanas, o acto de trabalhar garante uma posição de dignidade para o trabalhador, não apenas para permitir a manutenção financeira das famílias, mas também para construir um factor de integração e inclusão social", frisou.

De acordo com Teresa Rodrigues Dias, o desemprego juvenil "é um mal que enferma" a sociedade angolana "e deve ser continuamente combatido".

Por essa razão, no domínio da administração do trabalho e combate ao desemprego, realçou: "Temos vindo a empreender um esforço incessante com vista a redução dos níveis de desemprego".

O "esforço" decorre "mediante a materialização de diversos programas de formação profissional e promoção da empregabilidade", sustentou.

"É compromisso desse executivo promover a implementação de um Programa Nacional do Emprego, como instrumento de coordenação das acções que visam a redução dos níveis de desemprego e das assimetrias regionais garantindo o desenvolvimento local harmonioso, dinamizar as políticas do mercado de trabalho", assinalou.

Angola conta hoje com 9,1 milhões de empregos e 14,1 milhões de pessoas em idade activa, estando desempregados 22 por cento dos jovens, situação que "ameaça a estabilidade económica e social futura" do país, segundo o estudo.

O relatório apresentado relata que na última década foram criados no país 3,5 milhões de empregos.

Existem actualmente 9,1 milhões de empregos em Angola, nomeadamente 55 por cento por conta própria, 10 por cento familiar, 7 por cento empregador, 20 por cento privado e 11 por cento público, realça o documento.

Segundo ainda Teresa Rodrigues Dias, o estudo, que deve ser analisado em Conselho de Ministros, "não é ainda um produto acabado", uma vez que "precisa de contribuições de diversos actores do mercado de trabalho incluindo estudiosos, sociedade civil e outros interessados".

O director regional do BM, Albert Zeufack disse, na ocasião, que o emprego juvenil também é um imperativo para o crescimento económico, considerando que o sector privado ao nível global "é o motor mais importante para o crescimento económico, bem como para a criação de emprego".

"Vamos poder ver que o Governo não pode executar isso por si só, o sector privado, a sociedade civil, parceiros de desenvolvimento bem como a juventude desempenham um papel significativo", advogou.

O responsável do BM referiu ainda que a unidade bancária está a "providenciar apoio técnico e financeiro" com vista a ajudar os esforços governativos para aumentar e melhorar o ambiente macroeconómico em Angola.

"Apoiamos igualmente os esforços do Governo com vista à criação de um ambiente propício para o desenvolvimento do sector privado e apoiamos também o desenvolvimento de competências de modo que a juventude possa empenhar-se de forma produtiva", rematou.

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