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UNITA acusa o Governo de ser “corrupto” e “incompetente”

O presidente da UNITA acusou esta Terça-feira o Governo de ser “corrupto” e “incompetente”, afirmando que é no partido fundado por Jonas Savimbi que recai a missão de inverter este quadro e acabar com o drama “na gestão dos recursos”.

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Adalberto da Costa júnior falava na abertura da 5.ª reunião ordinária do comité permanente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), esta Terça-feira em Luanda, no dia em que o partido comemora o "Dia do Patriota" em homenagem ao seu fundador Jonas Savimbi, morto em combate a 22 de Fevereiro de 2002.

O líder da UNITA sublinhou que Savimbi continua "depois de morto a influenciar e inspirar gerações de jovens" e que "apesar da imensa intoxicação e propaganda contra si, cresce diariamente a multidão dos que o consideram uma verdadeira inspiração do patriotismo angolano".

Para Adalberto da Costa Júnior, a sua visão política sobre Angola e o mundo "colocou-o numa posição de alvo a abater, por aqueles que o viam como um obstáculo ao lucro fácil e a exploração desenfreada dos recursos do país" e 21 anos após a sua morte, "o país não se democratizou" apesar das extraordinárias acumulações de capital que deveriam ter servido de alavancas promotoras do desenvolvimento do país.

Por isso, Angola "continua a passar ao lado de uma história de sucesso".

"Todos os angolanos já entenderam que a falta de água e de luz, o desemprego, a exclusão, a pobreza, o subdesenvolvimento, não tem Jonas Savimbi como responsável, mas sim um Governo incompetente, corrupto e antidemocrático", criticou o dirigente político, lembrando que a guerra civil acabou há 21 anos.

"Olhemos à nossa volta, que Angola temos nós? Acabou o sofrimento e a miséria? Temos energia e água? A fome acabou? Temos escolas dignas, temos saúde de qualidade", questionou, recebendo um "não" dos militantes que esta Terça-feira se juntaram no complexo Sovismo, em Viana (Luanda).

As palavras de Adalberto da Costa Júnior são também uma réplica face a declarações recentes de dirigentes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no Governo desde a independência, em 1975, atribuindo os problemas do país ao seu passado de guerra.

O líder da UNITA abordou também o tema da reconciliação nacional, questionando o Governo sobre os patriotas "excluídos" e "ignorados", nomeadamente Savimbi e Holden Roberto, que chefiava a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), outro movimento nacionalista angolano, sem direito a estátuas ou nomes de ruas.

"É assim tão difícil? É esta Angola que sonhámos? É esta Angola que expressa abertura? O que custa um passo de reconciliação deste género", pediu Adalberto da Costa Júnior.

O político realçou que Angola está em paz há 21 anos, mas "vive um drama na gestão dos seus recursos", com dívida interna e externa "astronómica" e a constituir risco de hipoteca do futuro.

"O regime vigente demonstrou incapacidade de governar este país para todos os seus filhos", acusou, acrescentando que é sobre a UNITA que recai a missão de inverter o quadro actual e tirar Angola do marasmo em que se encontra.

Não é possível desenvolver um país, se não tiver plena liberdade, com os seus filhos a saírem e usar todas as oportunidades para procurar outro país para viver, "mesmo sem condições", lamentou ainda o dirigente da UNITA.

"Não é este o sonho do nosso fundador", disse, instando os militantes a usar o dia de reflexão para "fazer uma melhor Angola e melhor homenagear" Jonas Savimbi.

Quanto à UNITA, assinalou que o partido, que completa 57 anos em Março, está "bem vivo" e presente em todo o espaço nacional e dirigiu palavras de conforto aos filhos e outros familiares de Savimbi presentes na cerimónia.

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