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Educação

Direcção do sindicato de professores reúne-se esta Quarta-feira para analisar proposta do Governo

A direcção do Sindicato Nacional de Professores (Sinprof) vai reunir-se esta Quarta-feira para analisar “com profundidade” a proposta apresentada pelo Governo, de um aumento de 12,5 por cento dos subsídios, que “não satisfaz”.

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O secretário-geral do Sinprof, Admar Jinguma, considerou, em declarações esta Quarta-feira à agência Lusa, que o encontro realizado na Terça-feira com o Governo não produziu resultados "muito animadores".

Segundo Admar Jinguma, depois de uma proposta de 7,5 por cento no último encontro, o Governo propôs mais 5 por cento, apresentando assim uma proposta de 12,5 por cento, contra os 22 por cento solicitados pelo sindicato como subsídio de inovação pedagógica. Esta é uma exigência que visa nivelar a situação da classe com as outras carreiras homólogas, disse.

"Nós entendemos que o Governo pode fazer mais ajustes, porque as justificações de limitação financeira, que nós temos consciência que o país tem, aliás todos os países têm, são mais visíveis quando são os professores a reclamar", disse o secretário-geral do Sinprof.

Admar Jinguma frisou que as exigências dos docentes representam "apenas a reparação de uma injustiça, que tem sido cometida contra os professores já há vários anos".

A título de exemplo, Admar Jinguma salientou que um professor licenciado, com o mesmo salário que um enfermeiro licenciado, ambos com um salário de 252 mil kwanzas, no final o profissional de saúde aufere o salário líquido de 298 mil kwanzas, enquanto o docente vê o seu rendimento baixar para 243 mil kwanzas.

"Mas que diferenças são essas? Porquê que os professores são sempre relegados para uma posição de segunda", questionou.

De acordo com o sindicalista, o Sinprof entende que o Ministério da Educação "não tem sabido fazer o papel que lhe compete junto das instâncias de decisão".

O sindicalista sublinha que os salários actuais desmotivam os professores e põem em causa a exigência de maior qualidade na educação em Angola.

"Se nós quisermos qualidade do ensino em Angola, não vai ser com essas práticas de pagar mal os professores, pagando mal os professores, nunca vamos conseguir exigir dos professores a apresentação dos resultados do seu trabalho, vamos continuar a ter aquela máxima: o Governo finge que nos paga e nós fingimos que trabalhamos e é mesmo isso que vai acontecer, porque nós estamos bastante desmotivados", admitiu.

Admar Jinguma adiantou que depois da reunião, a direcção do Sinprof se vai reunir com os provinciais para analisar a proposta do governo, a única apresentada, salientando que em relação aos outros pontos estruturantes do caderno reivindicativo, "como já era de se esperar não encontraram acolhimento".

"Os professores aguardam expectantes sobre que decisões iremos tomar e nos próximos dois dias já teremos uma posição pública definitiva em relação às propostas que nos foram apresentadas ontem [Terça-feira]", disse.

Os professores tinham dado ao Governo uma moratória para apresentarem propostas para o caderno reivindicativo de 15 pontos, apresentado em 2019, o que levou à suspensão da terceira fase da greve, cujo arranque estava previsto para o dia 3 de Janeiro passado.

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