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Mulheres “invadem” comité da UNITA no Bailundo para render homenagem à “Salupeto e Mango”

Dezenas de mulheres afectas à Liga Angolana da Mulher Angolana (LIMA), braço feminino da UNITA, “invadiram” esta Sexta-feira de manhã o comité municipal da UNITA no Bailundo para prestar homenagem a ex-dirigentes mortos há 20 anos.

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A chuva miúda que cai desde as primeiras horas desta Sexta-feira, no Bailundo, um dos 11 municípios da província do Huambo, sul do país, não impediu as senhoras da LIMA, a entoar vários cânticos na língua "umbundu" que enaltecem os "mártires tombados".

Os restos mortais de Adolosi Mango Alicerces, ex-secretário-geral da UNITA, e de Elias Salupeto Pena, ex-chefe da delegação da UNITA na Comissão Conjunta Político-Militar (CCPM), saíram de Luanda ao princípio da noite e chegaram esta manhã ao Bailundo, numa viagem de mais de 500 quilómetros de estrada.

Ambos os restos mortais, dos ex-dirigentes da UNITA mortos em 1992 na sequência do conflito pós-eleitoral, estão a ser velados no Bailundo, que dista a 77 quilómetros da capital do Huambo, terra natal de Adolosi Mango Alicerces, onde será sepultado na tarde desta Sexta-feira.

A cerimónia fúnebre de Elias Salupeto Pena acontece no Sábado, no município do Andulo, província do Bié, segundo o programa das exéquias.

Em volta das viaturas fúnebres, estacionadas na faixada frontal do comité municipal da UNITA no Bailundo, as mulheres da LIMA, vindas de Luanda e de outros pontos da província do Huambo, cantam em umbundu que "nesta Angola morreram vários heróis como Salupeto e Alicerces", como traduziu à Lusa um dos militantes.

"Ó mãe Angola vale a pena a mudança", cantavam em coro as senhoras trajadas dos pés à cabeça de verde, vermelho e preto as cores da UNITA.

Segundo o deputado Rafael Massanga Savimbi, filho do líder fundador da UNITA Jonas Savimbi, a homenagem aos ex-dirigentes do seu partido "é simbólica e, sobretudo, merecida" por se tratar de "figuras muito importantes que marcaram a história política do país".

"Sabe que Angola experimentou, no quadro do seu processo democrático, as primeiras eleições em 1992 e ambos ex-dirigentes desempenharam um papel fundamental para a materialização dos acordos gerais de paz, em Bicesse, então são patriotas e nacionalistas que marcaram uma geração", disse hoje o político em declarações à Lusa.

Rafael Massanga Savimbi, também primo de Elias Salupeto Pena, lamentou igualmente a "forma trágica" como ambos os dirigentes perderam a vida em Luanda.

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